Apresentação da Exposição Reviravolta e seu Programa Educativo
O que os arte-educadores da exposição REVIRAVOLTA estão oferecendo como plano de ações educativas é o registro da sua experiência a partir da – e com a – exposição, buscando formas de se relacionarem com os trabalhos e ativarem, junto aos públicos, diferentes debates e ampliar as possibilidades de reflexão. Desta forma, esses estudos estão em convergência com a plataforma Timelinefy, na qual trará três eixos em paralelo que contextualizam os trabalhos das duas exposições.
Os dois primeiros tópicos apresentam as obras que compõem os dois eixos curatoriais da exposição REVIRAVOLTA, sendo o primeiro Arte e Geopolítica no acervo Videobrasil localizada no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES), onde estão reunidas obras de artistas do Sul geopolítico do mundo, que mapeiam as diferentes narrativas que questionam as heranças resultantes de nosso passado colonial através de duas vertentes, onde através dos vídeos/performances tensionam novas definições nos modos de nos relacionarmos e observarmos o mundo, reforçando práticas coletivas que surgem através da identidade e afeto, possibilitando atravessar as fronteiras da arte hegemônica e nos permitindo acessar as pesquisas que ainda não são priorizadas pelo sistema da arte.
No segundo eixo, também iremos ao encontro de trabalhos contextualizados por aspectos históricos dos países do Sul global. Corpo e Performance no Acervo Videobrasil - situada na Galeria Homero Massena (GHM). Onde, o contexto da violência de estado e das heranças coloniais, direcionou parte significativa da produção de performance e videoarte. Momentos fundamentais que marcaram as bases de uma arte em que o indivíduo cria uma trama específica de tempo e espaço a partir do corpo, assimilando meios como a música, teatro, dança, artes visuais, intervenções urbanas e outros aspectos que norteiam setores políticos e sociais dessas populações. Rememorando o enfrentamento de temas urgentes, como racismo estrutural, terrorismo estatal e violência de gênero.
Paralelamente, o terceiro tópico receberá o histórico de desenvolvimento das práticas e ações educativas que estão estruturadas sobre três eixos programáticos que reúnem diferentes propostas para se relacionar com as obras organizadas sob os dois eixos curatoriais da mostra. Cada um dos programas objetiva ativar formas de lidar com as obras, debater os temas propostos pela curadoria, estreitar o diálogo entre as duas instituições que recebem a mostra e trabalhar maneiras de convidar o público a se relacionar com ela.
Essa experiência parte do entendimento da equipe educativa como um corpo criativo capaz de operar nas brechas da relação entre os públicos, obras e instituições. Além disso, reforça a necessidade de reconhecer a autonomia desses educadores dentro do espaço expositivo.
O exercício de criação coletiva do projeto educativo considerou a coletividade como um conceito-chave para o desenvolvimento dos programas. Essa coletividade diz respeito à relação dos arte-educadores entre si, mas também considera as diferentes experiências que surgirão através do contato com os públicos, compondo um corpo criativo ativo. A missão deste corpo criativo de educadores está na investigação permanente das correlações entre as obras reunidas pela curadoria, nos trânsitos entre os espaços expositivos e, sobretudo, no que diz respeito às relações com a mostra, as instituições e os públicos.
O projeto foi pensado coletivamente para valorizar a experiência dos educadores e potencializar as relações dos diferentes públicos com o espaço. Redimensionando a noção de exposição delineada apenas pela visão institucionalizada.
As atividades se estabelecem dentro de uma proposta educativa articulada, ponderando as diversas experiências em contato com os trabalhos como forma de ampliar as reflexões, trânsitos e reencenações sobre territórios.
A questão principal é a transformação do discurso e da experiência com a exposição demonstrada através das propostas educativas e seus resultados lançados na linha do tempo, onde será possível acompanhar o desenvolvimento das ações.
Leituras e interpretações sobre o conceito de REVIRAVOLTA a partir da experiência individual com a exposição.
Este Eixo tem como objetivo coletar os primeiros relatos de percepções e interpretações da exposição e de seus eixos curatoriais. As ações práticas que configuram o presente eixo estão centradas na perspectiva de criar um grande inventário de impressões, e assim ampliar a reflexão sobre os temas, conceitos, lugares e abordagens.
Como produto deste eixo programático temos a criação de nuvens de palavras a partir da experiência prática e do contato dos visitantes com os trabalhos artísticos. A produção textual evidencia os pontos sensíveis da relação estabelecida entre os mediadores e a exposição. Os relatos dos educadores-visitantes sobre a experiência da visitação à exposição. E demais, ações que podem surgir ao longo do andamento da mostra e que estejam convergentes com o presente eixo temático.
Para identificar o conteúdo relacionado a este eixo programático utilizaremos as tags cor VERMELHA, ou seja todas as postagens destacadas com pontos da cor vermelha estão correlacionados a este eixo ao longo da linha do tempo.
Estratégias político-artísticas-educativas a partir das obras expostas em diálogo com os eixos curatoriais.
Elaboração de uma prática educativa que ative temas e problemas abordados em obras expostas. A atividade elaborada pode ser pensada como um processo, ou seja, utilizaremos uma proposta ao decorrer das exposições e visitas - escolar ou não - e a partir disso iremos observar se há novas demandas para assimilarmos aos nossos estudos. Desta forma, a cada trinta dias a mesma proposta poderá ser testada, reinventada, abandonada ou substituída por uma nova. Uma outra proposição prática deste eixo é a criação e desenvolvimento dos Vídeos Mediação, produzidos pela equipe de arte educação com um conteúdo a mais para informar e fazer um novo apontamento do trabalho através da perspectiva curatorial.
O objetivo deste eixo programático é sistematizar uma série de ações que podem ser colocadas em prática, seja no ambiente museológico, escolar ou em outros espaços, para coletivos ou de forma individual com o intuito de servir como estratégias disparadoras de ideias e que propiciam o aprofundamento conceitual dos trabalhos artísticos em questão e suas temáticas.
As ações referentes a este eixo serão sinalizadas ao longo da linha do tempo pela cor LARANJA.
O que há entre a Galeria Homero Massena e o Museu de Artes do Espírito Santo?
A relação de espacialidade, deslocamento e de correlação entre os espaços da Galeria Homero Massena e Museu de Artes do Espírito Santo, trazem uma relação de conexão e convergência não somente pelo contexto da exposição REVIRAVOLTA estar acontecendo em ambos os espaços, mas também pela relação temática e conceitual que perpassa pelos recortes curatoriais.
Os educadores e o público visitante que circulam entre os dois espaços expositivos, são convidados a perceber e pensar sobre o que há entre esses dois espaços, conceitualmente, fisicamente, metaforicamente, e etc. De modo que como produto deste eixo programático temos a produção textual que instiga a produção dos relatos, a produção de conteúdos imagéticos por meio de fotos, vídeos, mapas e outros
O principal objetivo destas proposições é trazer à tona e desvelar a experiência neste trânsito entre as ocupações dos diferentes espaços, compondo uma cartografia de conexões.
Todas as ações referente a este eixo estão sinalizadas com a cor AMARELA nesta presente linha do tempo.
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