Crise mundial - Crash de 1929
Resumo
Início de uma crise mundial gerada a partir da queda brusca da Bolsa de Nova York (EUA), evento conhecido como Crash de 1929, que afetou diretamente os produtores brasileiros de café. Veja como isso ocorreu no detalhamento.
Detalhamento da linha do tempo do estudante
Na história do capitalismo, as crises econômicas costumam começar pelo desequilíbrio na relação oferta-demanda, isto é, quando há um número maior de produtos do que consumidores dispostos a adquiri-los. A crise mundial gerada em 1929 a partir da queda brusca da Bolsa de Nova York (EUA) - evento mais conhecido como Crash de 1929 - teve início com um processo especulativo no sistema financeiro. O dia 24 de outubro de 1929 passaria para a história como a "Quinta-Feira Negra", um dia no qual a euforia com a expectativa de venda de 70 milhões de títulos de altíssimo valor deu lugar ao pânico de não haver quem comprasse esses títulos. Sem demanda pelos papéis, os preços das ações e dos títulos em negociação despencaram na Bolsa de Nova Iorque e a desconfiança no mercado financeiro se espalhou de maneira irracional por todo o mundo. Os bancos congelaram empréstimos para os setores produtivos da economia. Fábricas começaram a parar por falta de crédito, a renda nacional começou a cair, o consumo se retraiu ainda mais, as empresas não conseguiam vender seus estoques acumulados, os preços dos produtos despencaram e os lucros minguaram vertiginosamente. No Brasil, desde o Convênio de Taubaté (1906), o governo federal comprava o café excedente com dinheiro vindo de empréstimos internacionais, o que ajudava a manter o valor de mercado do produto. Contudo, o reinvestimento dos lucros do café na produção de mais café aumentou a oferta, enquanto que a demanda internacional não só não acompanhou esse ritmo, como despencou com a crise mundial. Em 1929, os empréstimos internacionais foram interrompidos e o valor de mercado do café despencou. A produção foi de quase 29 milhões de sacas, mas a exportação foi de apenas 14,5 milhões. Armazéns enormes foram construídos para estocar grandes quantidades do produto e as reservas acumuladas pelos empréstimos foram queimadas com o pagamento da dívida externa.
Referências
NEVES, Daniel. Crise de 1929. Brasil Escola. s/d Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm
ARIAS NETO, José Miguel. Primeira República: economia cafeeira, urbanização e industrialização. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930 – Primeira República (1889-1930). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
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