Cana-de-açúcar - principal atividade econômica
Resumo
O cultivo de cana-de-açúcar é a atividade econômica predominante no Brasil Colonial.
Sugestão para o Professor
Detalhamento
Em 1600, a monocultura de cana-de-açúcar era a atividade produtiva dominante no Brasil colonial, momento em que sua produção atingia cerca de 10 mil toneladas/ano. Em 1700, essa produção alcançou a marca de 19 mil toneladas anuais. Estima-se que, até essa data, o plantio de cana tenha sido responsável pela derrubada de cerca de 1.000 km² de Mata Atlântica, devido ao sistema de derrubada e queimada, no qual os colonos luso-americanos abandonavam os campos "cansados" após 15 anos de cultivo, em média (Dean, 1996, p. 96). Ademais, a lavoura açucareira consumia floresta para a fabricação de lenha, necessária ao funcionamento das moendas e à produção de cinzas, utilizadas para purgar o açúcar. Para esta última finalidade, as madeiras advindas das árvores dos manguezais eram as preferidas.
Cana-de-açúcar
De doce, a relação entre a cana-de-açúcar e a Mata Atlântica não tem nada, sendo marcada por grande devastação de áreas naturais. Essa história tem origem muito cedo, ainda na primeira metade do século XVI, pouco tempo após a chegada dos portugueses ao Brasil. Os colonos introduziram a planta em território nacional com interesses além da produção do açúcar propriamente dito, tratava-se também de uma estratégia de povoamento da nova colônia.
Originalmente, a cana-de-açúcar tem sua origem evolutiva em regiões tropicais ou subtropicais do continente asiático, estando adaptada a ambientes expostos a alta intensidade de luz, elevadas temperaturas e solos úmidos. Assim, sua introdução não foi bem-sucedida em diversas partes do planeta, como nas de clima temperado da Europa. Nas Américas, porém, sua produção encontrou plenitude! No Brasil, teve seu primeiro cultivo realizado por Martim Afonso de Souza, em 1533, tendo fundado, na Capitania de São Vicente (SP), o primeiro engenho para produção de açúcar do país. Daí em diante, a cana passou a ser cultivada em várias regiões da Mata Atlântica brasileira, sobretudo no estado de Pernambuco, que chegou a ter cerca de 66 engenhos ainda no final do século XVI.
A cana-de-açúcar pertence à família Poaceae, sendo representada por diferentes espécies do gênero Saccharum. Assim como o milho e o arroz, é considerada uma gramínea. Suas principais características morfológicas são: inflorescência em espiga, caule que cresce em colmos (caule com nós salientes), folhas com bordas silicadas e bainha aberta. Um pé-de-cana pode ser dividido em: raiz (tipo fasciculada ou cabeleira, podendo atingir até 4 metros de profundidade), colmo, folha, nó (onde encontram-se as gemas laterais) e entrenó, gema (de onde partem brotos que podem formar novos colmos), inflorescência, flor (hermafrodita) e fruto (aproximadamente com 1,5 x 0,5 mm). Ou seja, a cana-de-açúcar não é mundialmente apreciada pelo sabor doce do seu fruto, mas sim do seu caule.Nesse período, cerca de 100 mil pessoas habitavam a Mata Atlântica brasileira (CASTRO, 2003).
Referências
Azevedo, T. N. Efeito da expansão do cultivo de cana-de-açúcar na composição da paisagem do estado de São Paulo. Dissertação apresentada ao Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo, 79 p. 2013. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/ 41/41134/tde-15102013-140418/publico/Thais_Nicia_Azevedo.pdf
SILVA, J. P. N. Noções da cultura da cana-de-açúcar. Inhumas: IFG; Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2012. Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/413/2018/12/06_nocoes_cultura_cana_acucar.pdf
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