Envio das leis das Cortes Gerais e Extraordinárias de Lisboa pelos Correios da Bahia
Os correios da Bahia e as Cortes de Lisboa
Nos anos 1820, o Império português passa por mudanças políticas que marcariam, a partir de então, a experiência da Monarquia enquanto instituição. A Revolução do Porto, ocorrida neste ano, acarretou no processo de retorno de D. João VI para Portugal, ficando seu filho, Pedro I, como Príncipe Regente do Brasil. Esta movimentação social também acarretou a reunião das Cortes de Lisboa, com a reunião de diversos deputados, dentre eles, representantes das províncias brasileiras. O objetivo das Cortes era a votação de uma Constituição que, a partir de então, passaria a reger o poder do monarca.
A adoção de uma Monarquia Constitucional teve repercussões em solo brasileiro, sendo que diversos grupos se colocaram a favor ou contra a novidade do sistema político. Por um lado, se alguns juraram a nova constituição e fidelidade às Cortes, outros passaram a considerar as normativas vindas de Lisboa como redutoras das liberdades conquistadas pelo Brasil desde a chegada da família real.
Essas discussões marcam o prelúdio do movimento de Independência. No que diz respeito aos Correios, a documentação da época nos permite perceber como o sistema postal foi responsável por fazer circular informações acerca das Cortes e das novidades políticas.
Em janeiro de 1822, o Administrador do Correio da Bahia, Prudêncio José da Cunha Vale, dá a notícia ao Administrador do Correio Geral em Lisboa que mandou distribuir as leis das Cortes Gerais e Extraordinárias, recebidas de Portugal, nas principais vilas baianas. Há uma lista com as localidades de envio, contando com 32 municípios.
Este envio em massa de leis demonstram como, neste período, os correios baianos possuíam capilaridade suficiente para alcançar diversas vilas dentro de seu próprio território.







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