A DESCOBERTA DA CIDADE PERDIDA E A SAÚDE DOS OCEANOS

04/12/2000View on timeline

A CIDADE PERDIDA DO ATLÂNTICO E OS MISTÉRIOS DO FUNDO DO MAR

O ano era 2000. Dia 04 de dezembro, para sermos mais exatos.

Em algum ponto do oceano Atlântico Norte, longe de qualquer terra à vista, o navio de pesquisa oceanográfica Atlantis mapeava as profundezas do fundo do mar sob Maciço Atlantis. Esta montanha marinha está localizada próximo à dorsal meso-atlântica e Gretchen Früh-Green era uma das cientistas a bordo da embarcação. Ela tirava fotos e observava o local, sem muita expectativa de encontrar nada, até que se deparou com algo inacreditável: era a Cidade Perdida do Atlântico.

Campo Hidrotermal da Cidade Perdida. Fonte da imagem: Wikipedia 

A descoberta do Campo Hidrotermal da Cidade Perdida (também conhecida como “Lost City”), localizada a 800m da superfície no Atlântico Norte, foi uma das experiências mais marcantes na carreira de Früh-Green. Esses campos hidrotermais possuem fontes de água superaquecidas e ricas em minerais. Essas estruturas ficam afastadas da luz do sol e do oxigênio, próximas a locais onde as placas tectônicas se encontram, local propício para a formação de hidrocarbonetos, as moléculas essenciais para toda a vida na Terra. Em 2019, em entrevista à organização não-governamental ambiental Greenpeace, a cientista suíça falou mais sobre essa expedição:

“Não sabíamos exatamente como nomear o que estávamos vendo. Então, recorremos ao que já tínhamos em mãos em termos de conhecimento científico. Enxergamos corais e depois enormes estruturas brancas: fontes hidrotermais em forma de torres e chaminés que emitem água quente do fundo da terra. Algumas daquelas fontes hidrotermais tinham uma forma de catedrais – o motivo pelo qual meus colegas passaram a chamar a descoberta de Cidade Perdida. É difícil descrever a real beleza da Cidade Perdida – tamanha admiração que tenho por aquela área. Eu sou capaz de ficar horas assistindo um vídeo sobre ela. É difícil acreditar que a 800 metros de profundidade, no fundo do mar, há cores, corais e até mesmo caranguejos. O que eu quero dizer é, em um lugar tão profundo, sem quase nada de luz, por que as coisas precisam de cor?” 

A Cidade Perdida e a origem da vida.

A Cidade Perdida é um exemplo dos mistérios que rodeiam as profundezas dos mares. Ricos em vida e diversidade de espécies animais e vegetais, veremos que os oceanos ainda constituem um mundo novo a ser descoberto e explorado.

A VIDA NOS OCEANOS DE UM PLANETA AZUL

Assim como pode ser visto nos eventos 

, o ambiente marinho foi crucial para o surgimento e desenvolvimento da vida na Terra. Além disso, provém do fundo dos mares um dos combustíveis fósseis mais utilizados na atualidade, o 

Mas você sabia que até 1968 nós não tínhamos uma dimensão real dos oceanos em nosso planeta?

Durante a História, sempre se estimou que a superfície terrestre fosse, em grande parte, composta por água. Ao observar a Terra da espaçonave Vostok-1, em abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin (1934-1968), por exemplo, afirmou que “através da janela, eu vejo a Terra. O chão é claramente identificável. Eu vejo rios e as dobras do terreno. Tudo é tão claro… ”. Ao final dessa viagem, ele disse então uma frase célebre “a terra é azul”. Contudo, ainda não tínhamos registros fotográficos de como era nosso planeta visto do espaço. Isso mudou em 1968, quando William “Bill” Anders (1933-), um dos astronautas a bordo da Apollo 8, registrou o nascer da Terra do espaço. Essa imagem, também conhecida como Earthrise, foi a primeira imagem a cores do nosso planeta. Nela podemos observar a predominância da cor azul, advinda dos oceanos.

Earthrise, 1968. Créditos da imagem: Nasa 

Isso acontece porque a água cobre cerca de 70% da superfície da Terra. Mas mesmo diante dessa realidade, apenas 5% dos oceanos foram estudados pelos seres humanos. Por isso é fácil concluir que ainda há muito para ser descoberto e explorado no ambiente marinho. Você consegue imaginar que histórias e segredos são guardados nesses lugares? Algumas curiosidades revelam a dimensão e a diversidade presente no fundo dos oceanos. 

A Fossa das Marianas é o ponto mais profundo do planeta já encontrado pela humanidade e fica no mar, mais exatamente no oceano Pacífico a aproximadamente 11km da superfície. Sua profundidade foi descoberta em 1951, por meio de sondagens de eco e cálculos matemáticos durante uma expedição do navio de pesquisa britânico Challenger II. Nos anos seguintes, o fundo da Fossa das Marianas foi alcançado apenas por três pessoas: em 1960, pelos exploradores Don Walsh (1931-) e James Piccard (1922-2008), e em 2012, pelo diretor de cinema James Cameron (1954-). Este último, inclusive, foi o diretor de um dos filmes de maior bilheteria no mundo, que contou a história do naufrágio do navio mais famoso da história: o Titanic.

O RMS Titanic era, à sua época, o maior transatlântico já construído na história. Os seus números demonstravam essa grandeza: com 269m de comprimento, 28m de largura e 53m de altura, ele podia operar com uma tripulação de 892 pessoas e transportar até 2.435 passageiros. Projetado pelos engenheiros navais britânicos Alexander Carlisle (1854-1926) e Thomas Andrew (1873-1912), uma embarcação era considerada a mais veloz e segura de seu tempo, criando uma obrigação popular da era “inafundável”. Mas na madrugada do dia 14 de abril de 1912, durante a sua viagem inaugural entre Southampton (Reino Unido) e Nova York (EUA), o Titanic colidiu com um iceberg e afundou em pleno Atlântico Norte, concluída na morte de mais de 1.500 passageiros. Seus destroços estão depositados a 3.800m de profundidade, a 20km da Terra Nova (Canadá), porém só foram encontrados em 1985, numa expedição do oceanógrafo estadunidense Robert Ballard (1942-). Ballard foi responsável pela expedição Nautilus que, em 2016, descobriu a existência de diversas fontes hidrotermais e espécies animais em altas profundidades no oceano Pacífico.

RMS Titanic. Fonte da imagem: Wikipedia 

Apesar das diversas expedições realizadas até hoje, supõe-se que a ciência conheça apenas uma pequena porcentagem de toda a vida marinha. Ao todo já foram catalogadas cerca de 220 mil espécies marinhas, mas a estimativa é de que exista até 1 milhão de diferentes formas de vida nos oceanos. Algumas dessas espécies já mapeadas fazem parte do acervo do Museu de História Natural do Sul do Espírito Santo (MUSES), tais como a água-viva, o polvo e o caranguejo-eremita.

DAS ÁGUAS PROFUNDAS PARA O MUSES: AS ÁGUAS-VIVAS E OS POLVOS

Atualmente alguns animais marinhos compõem o acervo histórico-científico do MUSES. Em sua coleção de invertebrados, temos a água-viva e o polvo doados à instituição por pescadores e projetos realizados por alunos e professores ligados ao museu.

As águas-vivas são animais aquáticos, carnívoros e invertebrados, que vivem em mar aberto há milhões de anos. Por flutuarem na água, esses seres têm seus movimentos facilmente controlados pelas correntes marítimas, podendo ser encontrados em todos os oceanos do planeta (e eventualmente em rios). Entretanto, boa parte das espécies tem preferência por mares tropicais, de águas frias.

Água-viva exposta no Muses. 

Pertencentes ao filo Cnidaria , o corpo das águas-vivas é composto por 98% de água e sua composição física é bem peculiar, nos remetendo a um guarda-chuva. Além disso, sua estrutura corporal possui uma única abertura que funciona como boca e ânus, e fica na parte inferior do corpo. E uma curiosidade: algumas espécies de águas-vivas podem medir de 2,5cm (o tamanho de uma moeda de um real) até cerca de 2m, maiores que o ser humano!

Até chegarem à forma mais conhecida, a maioria das águas-vivas passam por duas fases de crescimento: o pólipo e a medusa. Inicialmente, esses animais passam pela fase do pólipo, desenvolvendo-se de forma fixada a rochas ou conchas, por exemplo. Uma segunda fase é chamada de medusa, quando elas deixam o substrato fixo para chegar nesse formato livre-natante. Mas não se engane pelo formato curioso e por suas variadas cores! É por causa dessas estruturas que as águas-vivas podem ser tão perigosas. Apesar de não possuírem coração, cérebro e alguns outros órgãos, esses animais contam com um sistema nervoso não centralizado e difuso, distribuído ao longo do corpo e se estendendo aos seus tentáculos, estruturas que também estão presentes nas células urticantes conhecidas como cnidócitos (ou cnidas), termo que dá origem ao filo Cnidaria.

Água-viva: apesar de belas, os seres apresentam perigo ao seres humanos. Fonte da imagem: Oday Hazeem/Pexels 

É por meio dos tentáculos que as águas-vivas capturam suas presas, usando o efeito paralisante. Esse choque gerado pelo contato com a água-viva não é uma forma de ataque, mas sim de defesa, que também é utilizado na captura de alimentos. Então, se você se deparar com uma água-viva na praia, não toque! E se estiver dentro da água, saia, pois os longos tentáculos desse animal poderão te queimar. Dependendo da espécie e do tamanho, os tentáculos podem gerar níveis variáveis de dor. Em contato com a pele humana, pode provocar, além da dor, irritação, febre, intoxicação semelhante a queimaduras e cãibras musculares. 

Você deve estar se perguntando: o que posso fazer no caso de entrar em contato com uma água-viva? Segundo o médico brasileiro Drauzio Varella (1943-), em caso de ferimentos por contato com esses animais: “Saia da água imediatamente e lave o ferimento, sem esfregar, com água salgada. Remova, com cuidado, os tentáculos que podem ter aderido à pele e, depois, faça compressas de vinagre por cerca de 30 segundos para aliviar a dor causada pelas toxinas”. Varella também indica o uso de protetor solar na área atingida, que estará mais sensível, e reforça que cada organismo pode reagir de formas adversas aos venenos das água-vivas: “No entanto, é preciso lembrar que cada organismo reage de uma forma diferente ao contato com o veneno que a água-viva produz. Por isso, se os sintomas persistirem, ou piorarem, o bom senso determina que a vítima receba, sem perda de tempo, atendimento médico. Crianças e idosos, especialmente, merecem atenção redobrada, porque são mais sensíveis aos efeitos tóxicos dessa substância inflamatória e urticante que as medusas produzem e eliminam quando ameaçadas."

Como agir em caso de queimaduras por água-viva.

Outro animal marinho presente no acervo do MUSES é o polvo. Este animal, que pertence ao filo Mollusca e à classe Cephalopoda, vive em ambientes aquáticos de grande profundidade e apresenta características super curiosas. Por exemplo: você sabia que os polvos possuem três corações? Um deles distribui sangue oxigenado por todo o corpo e os outros dois, chamados de corações branquiais, recebem sangue sem oxigênio, conduzindo-o até as brânquias, onde é oxigenado.  Uma outra curiosidade: diferente do sangue de outros seres vivos (de tonalidade vermelha devido à grande presença de ferro), o sangue dos polvos apresenta forte concentração de cobre, tornando-o azul!

Além disso, esses animais também são conhecidos por serem extremamente inteligentes. Os polvos possuem nove cérebros (!), oito deles responsáveis pelo comando dos tentáculos (oito no total) e um central, que faz a ligação de todos os outros. Ao todo são 500 milhões de neurônios, dos quais 70% são direcionados aos tentáculos. Estes estão presentes ao redor da boca e possuem ventosas que auxiliam na locomoção e na captura de alimentos.

Polvo exposto no Muses. 

Outros recursos fundamentais para a emergência do polvo aos predadores no fundo do mar são as glândulas de tinta e células de camuflagem, marcados como cromatóforos. Os cromatóforos estão espalhados por todo seu corpo mole e dão a esses moluscos a capacidade de alterar a cor e a opacidade da sua epiderme (pele). Quando diante de predadores, os polvos também liberam uma nuvem de tinta preta, proveniente das glândulas de tinta, muito útil para despistar e confundir seus oponentes.

Esses animais se reproduzem de forma sexuada. Quando fértil, a fêmea libera um feromônio sexual e pode ser fecundada por um ou mais parceiros nesse período. Ao final, a fêmea então deposita os ovos fecundados (que podem chegar até a 200.000!) numa espécie de "ninho", cuidando deles até a maturação.

Ovos de polvo: o polvo fêmea pode chegar a depositar até 200.000 deles. Fonte da imagem: domtotal.com 

Um aspecto em comum entre os moluscos e as águas-vivas é a sua alimentação. Suas principais presas são crustáceos, como o caranguejo-ermitão, também presente no acervo de animais marinhos do MUSES.

O CARANGUEJO-EREMITA DO MUSES

O caranguejo-eremita (ou ermitão) exposto no MUSES é da espécie Petrochirus diogenes, também conhecido como ermitão gigante. Pertencente à família Diogenidae, essa espécie foi descrita pela primeira vez em 1758 pelo botânico e zoólogo sueco Carl Linnaeus (1707-1778). Os caranguejos desse tipo podem ser melhor encontrados em enseadas e recifes no Sul e Sudeste do Brasil. Pesando em torno de 300g e medindo por volta de 30cm, o ermitão do MUSES chegou à instituição em 2012, por meio de um projeto de pesquisa que realizava arrasto utilizando barco com rede.

Caranguejo-eremita/ermitão exposto no Muses. 

Essa espécie de hábitos noturnos faz parte do grupo dos crustáceos, animais invertebrados que são, em sua maioria, marinhos. Os crustáceos são, no geral, caracterizados por possuírem uma estrutura rígida e apêndices articulados por todo o corpo, que possibilitam ocuparem os lugares mais inóspitos do planeta Terra. Além do ermitão, esse grupo também é composto pelas lagostas, camarões, siris e caranguejos - estes dois últimos são destacados no evento 

Alguns pesquisadores acreditam que o caranguejo-eremita surgiu durante o período Jurássico, há mais ou menos 199 milhões de anos. Atualmente, estão descritas cerca de 1.100 espécies de Paguroidea, que é a superfamília em que os ermitões se encaixam. Pesquisadores dividiram o grupo, que conta com aproximadamente 120 gêneros - a grande maioria aquáticos. No decorrer do ciclo de crescimento, algumas espécies de ermitão migram para ambientes marinhos mais profundos, localizados entre 20 a 40m da superfície. No entanto, quando jovem, essas espécies são facilmente encontradas próximo às praias. Ademais, quando a larva se assenta em um determinado ambiente, muitas espécies terminam seu ciclo naquele local. Há espécies que habitam locais mais rasos, como Isocheles sawayai, e outras que possuem preferência por costões rochosos, como Clibanarius antillensis e Calcinus tibicen. 

Carangeujo-eremita: o caranguejo do fundo do mar. 

O caranguejo-eremita não possui carapaça protetora no seu abdômen. Ao fazer isso, eles possuem a habilidade de se proteger se abrigando em conchas de moluscos gastrópodes abandonadas ou estruturas semelhantes. Essa relação é denominada tanatocenose, sendo esse o único grupo do reino animal a apresentá-la. Encontrar uma concha vazia para fazer de abrigo é uma questão de sobrevivência para o caranguejo-eremita, a ponto de terminar de matar um molusco que está debilitado para ocupar sua concha. Essas estruturas fornecerão características para esses seres, servindo como proteção aos seus ovos e contra predadores e outros caranguejos ermitões, além de escudo dos impactos das ondas na zona de arrebentação da maré. A reprodução de algumas espécies ocorre duas vezes no ano, produzindo de 10 a 15 mil ovos que levam aproximadamente 45 dias para eclodir. Em média, os ermitões vivem cerca de quatro anos.

Além da tanatocenose para sobreviver, a espécie também faz protocooperação, que é quando duas espécies distintas interagem entre si de forma benéfica. O ermitão se relaciona dessa forma com as anêmonas-do-mar que, fixadas na concha, serve de camuflagem e protegem o crustáceo com suas células urticantes, afastando os predadores. Em contrapartida, a anêmona recebe os pedacinhos de alimentos que se desfazem quando o ermitão se alimenta e ainda aproveita o deslocamento junto com o caranguejo. Dessa forma, o ermitão fica protegido de seus predadores e faz proveito dos tentáculos da anêmona, que por sua vez ganha transporte.

Presentes desde os mares polares até as zonas tropicais, só na costa brasileira já foram descritas 46 espécies de caranguejos-eremitas. Normalmente encontrados próximos às rochas, no Brasil esses animais estão distribuídos do Amapá ao Rio Grande do Sul. O ermitão possui grande importância ecológica por ser uma espécie detritívora, que auxilia na ciclagem de nutrientes, nos ciclos biogeoquímico e ocupa diversas posições na cadeia trófica. Contudo, como veremos, os impactos da ação humana no meio ambiente têm alterado a realidade dos biomas marinhos, causando desequilíbrios ecológicos na flora e fauna desses ecossistemas fundamentais para a vida na Terra. 

A SAÚDE DOS OCEANOS E A CORRIDA PELA SOBREVIVÊNCIA DA VIDA MARINHA

A ação da humanidade na natureza tem provocado uma série de impactos negativos nos biomas do planeta nos últimos séculos e alguns exemplos recentes parecem reafirmar isso: dados da ONG WWF-Brasil indicam que, só em 2019, a Amazônia e o Cerrado concentraram quase 97% de todo o desmatamento no Brasil; já uma outra pesquisa da Associação Internacional de Resíduos Sólidos mostrou um crescimento da quantidade de resíduos plásticos lançados nos oceanos associados ao aumento do consumo de plástico descartável (usado em máscaras e luvas de látex) desde o início da pandemia do Novo Coronavírus em 2020; segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), há 13 mil pedaços de plástico em cada quilômetro de oceano, com o mar recebendo anualmente cerca de 10 milhões de toneladas de plástico - nesse ritmo, como apontam que, até 2050, os oceanos abrigarão mais detritos plásticos do que peixes.

Até 2050, estima-se que haverá mais plásticos nos oceanos do que peixes. Fonte da imagem: WWF 

Outras espécies muito conhecidas e que sofrem com o lixo nos oceanos são as tartarugas. Segundo o jornal espanhol EL PAÍS, um estudo de 2015 indicou que cerca de 52% das tartarugas marinhas comem plástico. Uma das hipóteses que rodeia essa estimativa é a de que esses animais confundem as sacolas plásticas com as águas-vivas, pela semelhança nos movimentos de ambas na água.

Mas, infelizmente, o lixo não é o único problema com o qual os biomas aquáticos e sua biota precisam lidar. Como pode ser observado em 

e em 

, o aumento populacional nas grandes cidades, a expansão das áreas urbanas e a caça predatória desordenada também têm desempenhado papel crítico ao colocarem em risco de extinção diversas espécies de animais e biomas, tais como baleias e jacarés, além dos mangues. Em 

 e 

, podemos ver que a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera também impacta nos oceanos, sendo capaz de alterar drasticamente os ambientes marinhos. Com a aceleração do efeito estufa, a temperatura dos oceanos já subiu 0,7°C desde o século XIX, danificando corais e forçando a migração de diversos organismos para os polos em busca de águas mais frescas. Além disso, a alta concentração de dióxido de carbono na água salgada a torna mais ácida, prejudicando espécies como os caranguejos, cujas conchas de carbonato de cálcio sofrem com a alteração da química marinha.

A emissão desenfreada de gases do efeito estufa na atmosfera afeta a vida marinha. Fonte da imagem: Chris LeBoutillier/Unsplash 

Em 2017, o fotógrafo capixaba Leonardo Merçon registrou, em uma praia da ilha espanhola de Grã Canária, na costa da África, a cena de um peixe entrando e saindo de uma garrafa. Esse peixe era uma Maria-da-Toca, como é popularmente conhecido, uma espécie típica da região. Além da garrafa, usada como casa pelo peixe, haviam outros objetos jogados na localidade. Em 2020, a fotografia capturada por Shane Keena de um caranguejo-eremita usando uma lata como carapaça rodou o mundo ao vencer na categoria “Conservação Marinha” do concurso internacional “Fotógrafo Subaquático de 2020”. O registro foi feito na Ilha de Peleliu, na Micronésia, e nos mostra que o que resta a essas espécies é tentar sobreviver se adaptando ao ambiente modificado.  

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Published in 16/06/2021

Updated in 25/09/2021

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