Monitoramento do desmatamento com novas tecnologias

2022View on timeline

Resumo

Uso de geotecnologias no monitoramento do desmatamento da Mata Atlântica.

Detalhamento da linha do tempo do estudante

Por concentrar a maior parte da população brasileira, a Mata Atlântica, que conta atualmente com pouco mais de 12% de sua área original, é o bioma brasileiro mais exposto aos impactos causados ao longo dos séculos pela expansão da urbanização e da industrialização. Entretanto, desde os anos 1960, diversas ações voltadas para o controle, monitoramento e proteção dos remanescentes florestais foram sendo desenvolvidas pelo governo e pela sociedade civil.

Nesse sentido, podemos dizer que há um relacionamento entre o avanço tecnológico e a elaboração das políticas de monitoramento do desmatamento. Nos anos 1960, por exemplo, a grande novidade para que os estudiosos pudessem monitorar a intensidade do desmatamento era o uso das fotos aéreas. Com elas foi possível elaborar mapas bem mais precisos em diferentes escalas, o que é importante, haja visto que a Mata Atlântica se espraia por 17 estados brasileiros.

Nos anos 1970, com o lançamento do satélite internacional Landsat 1, foi possível, pela primeira vez na história, o monitoramento contínuo do planeta. Continuando ativo até os dias de hoje, o projeto Landsat, que já colocou em órbita 8 satélites, produziu mais de 9 milhões de imagens da Terra, exercendo influência positiva em todos os grupos preocupados com a preservação do meio ambiente.

Falando exclusivamente da Mata Atlântica, a primeira ação conjunta de monitoramento foi a produção do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, elaborado a partir de uma colaboração do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Ibama e a Fundação S.O.S Mata Atlântica desde 1989.

A partir de 2010, o Atlas passou a utilizar imagens produzidas pelo Landsat, o que possibilitou que sua publicação, que era feita em intervalos de 3 a 5 anos, passasse a ser feita anualmente. Desde então, a evolução da tecnologia e o aumento da qualidade das imagens de satélite permitiu uma série de avanços nas políticas de monitoramento do desmatamento, inclusive com o uso cada vez mais frequente de drones. Recentemente, em 2022, entrou em operação o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, que gera avisos mensais com maior precisão, completando as observações do Atlas. Esses alertas mensais ficam disponíveis em tempo real na plataforma MapBiomas Alerta, que junto com seus parceiros espalhados por todo Brasil presta um serviço estratégico para a defesa do meio ambiente em todo território nacional. Além de imagens em alta definição produzidas pelo satélite Sentinel, esse novo sistema utiliza algoritmos e recursos de inteligência artificial para coleta, armazenamento, processamento e interpretação de um grande volume de dados, que são sempre validados, em campo, pelos pesquisadores, que vão assim diversificando o seu arsenal de ferramentas em busca do cuidado e da preservação da natureza.

Referências

Sistema de Alertas de Desmatamento da Mata Atlântica. https://cms.sosma.org.br/iniciativa/alertas/

Relatório Anual do Desmatamento (RAD) no Brasil em 2022. Disponível em: http://alerta.mapbiomas.org/