“Ponto de fuga”, “Art Idod” e “#4 (Da série Corpo ruído – Estudo para um soterramento)” - Copy

2011

Ponto de fuga, Felipe Bittencourt

Ponto de fuga, Felipe Bittencourt, Vídeo, 12'03''’, 2011 

Um painel retangular de espuma está afixado na parede. No centro, um recorte circular revela a solidez da edificação logo abaixo da fina camada amortecedora. O performer corre de encontro ao painel, atingindo com a cabeça o círculo desprotegido e ali permanece até o fim de sua resistência física. A obra é uma expressão de ativismo artístico e exercita uma contundente crítica institucional, traçando um paralelo entre os limites do corpo e os limites institucionais e espaciais.

Felipe Bittencourt (Brasil, 1987-2021)

Ator e artista visual, bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, 2007, com especialização em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design, 2010. Atuou principalmente com performance, utilizando também o desenho como linguagem-base de pesquisa e desenvolvimento de seus trabalhos, além do uso da fotografia na exploração do espaço urbano e de seu próprio corpo. Em suas obras, investigou o limite físico e a autoagressão como possibilidades poéticas em performances de longa duração, questionando o corpo enquanto suporte artístico. Suas obras foram apresentadas em diferentes festivais e instituições, como Verbo, Galeria Vermelho, São Paulo (2013); Paço das Artes, São Paulo (2013); Museu Brasileiro da Escultura, São Paulo (2011); Arte Pará, Belém, Brasil (2008); entre outros. Participou também de residências na Fundação Joaquim Nabuco, Recife (2014) e na Red Bull House of Art, São Paulo (2011). 

Art Idol, Aya Eliav

Art Idol, Aya Eliav e Ofir Feldman, Vídeo, 62’38”, 2011 
 

A performance parodia o célebre reality show americano American Idol, simulando a final de um programa que elegerá um talento em performance. Eliav e Feldman reencenam performances históricas de artistas como Yoko Ono e Marina Abramovic e Ulay. Ao final, o público e um júri composto por críticos de arte reais definem o vencedor. A exemplo do que fez Marina Abramovic em Nova York com suas Seven Easy Pieces (2005), o trabalho lida com o sentido da reencenação, discutindo e articulando a memória da performance de maneira crítica e bem humorada. Para os artistas, trata-se de uma alegoria interativa do sistema da arte, que critica suas similaridades com a indústria pop e questiona a relevância da performance como forma de arte no cenário atual.

Aya Eliav (Israel, 1977)

Pintora e performer, lida com o corpo e com a ideia de fronteiras. Participou da 4ª Beijing Contemporary Art Biennial (2010) e do 17º Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil, São Paulo (2011).

Ofir Feldman (Israel, 1977)

Formado pela Academia de Belas Artes de Roma, dedica-se à produção de arte conceitual multimídia. Recentemente foi contemplado com bolsa de residência na Künstlerhaus Bethanien, em Berlim, na Alemanha. Esteve em festivais como ZEBRA Poetry Film Festival, Berlim, e Loop Festival, Barcelona (Espanha, 2011).

#4 (Da série Corpo ruído – Estudo para um soterramento), Paula Garcia

#4 (Da série Corpo ruído – Estudo para um soterramento), Paula Garcia, Vídeo, 12'40'', 2011 

A obra confronta as sensações de peso e leveza ao reunir objetos de uso cotidiano e resíduos metálicos com ímãs de neodímio. Paredes e teto são impregnados de força magnética; à medida que as peças e detritos se espalham, acontece uma espécie de soterramento invertido do espaço. A presença e a ação da artista tornam o trabalho um híbrido de performance e instalação residual, e invocam questões para além de uma leitura meramente formal. O trabalho faz parte da série Corpo ruído, desenvolvida pela artista desde 2007, e da qual fazem parte vídeos, videoinstalações e fotografias. A investigação visa colocar em xeque a ideia do corpo como uma substância estável, figurável de forma clara e direta. Explorando as propriedades físico-químicas de ímãs e metais, a artista apresenta o corpo humano como terreno de crise, instabilidade e transformação.

Paula Garcia (Brasil, 1975)

É artista e pesquisadora. Em sua atuação artística, enfoca as relações da performance com as mídias eletrônicas e digitais, notadamente a fotografia e o vídeo, indagando diferentes possibilidades de relações do sujeito com seu próprio corpo. Desde 2007, essas investigações tomam forma sob a série Corpo ruído. Estudou teatro na Escola Célia Helena, em São Paulo, Brasil, entre 1993 e 1995, e no Michael Howard Studio, em Nova York, em 1996; graduou-se em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em 2005, e obteve mestrado em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina, em 2009. Entre as diversas exposições das quais participou estão A Curious Blindness, The Wallach Art Gallery (Nova York, 2015); Terra Comunal/Marina Abramovic, Sesc São Paulo (2015), da qual foi também uma das curadoras; e The Artist is an Explorer, Beyeler Foundation (Basel, 2014). Atua também como artista e coordenadora de projetos do Marina Abramovic Institute, em Nova York, onde vive e trabalha.

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Published in 21/06/2022

Updated in 21/06/2022

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