Abordagem socioconstrutivista
Diante do pouco êxito verificado no desempenho acadêmico dos alunos, a escola de surdos, a partir do ano de 1989, deu início a um processo de reformulação em seus pressupostos pedagógicos, orientando seu trabalho por uma abordagem socioconstrutiva. Como esse enfoque teórico pressupõe que a construção do conhecimento se realiza a partir da interação entre aluno-aluno e aluno-professor, um problema emergiu: a aplicação de técnicas oralistas com uma concepção estruturalista de linguagem.
As práticas de oralização, ao contrário, são guiadas, em geral, por uma visão de linguagem como estrutura pronta e descontextualizada, acrescida de uma criação behaviorista de aprendizagem segundo a qual, no que diz respeito à linguagem, o conhecimento se dá por meio da memorização do léxico e de padrões frasais. Os árduos treinamentos fonoarticulatórios exigidos dos alunos surdos, nessas práticas, reduzem o ensino da linguagem à mecanização de estruturas, suposta como condição para o (tardio e pouco provável) ingresso do aluno no mundo dos conhecimentos. Além disso, na abordagem oralista, como professores e alunos não compartilham de um sistema linguístico comum de comunicação, torna praticamente impossível a interação para aconstrução conjunta de sentidos e de conhecimentos, dois pilares do enfoque socioconstrutivista que a escola passava a adotar. (SÃO BERNARDO DO CAMPO, 2007, p. 23)
SÃO BERNARDO DO CAMPO. Secretaria de Educação e Cultura. Departamento de Ações Educacionais. Proposta Curricular da Prefeitura de São Bernardo do Campo. v. II, Caderno 5, São Bernardo do Campo, SP, 2007.
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