METROPOLITANO

29/12/1959View on timeline

O Metropolitano de Lisboa, foi inaugurado em 29 de dezembro de 1959, tornando-se assim na primeira rede de metropolitano de Portugal.

Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa, à semelhança das que já existiam em Londres, Budapeste e Glasgow, e da que estava a ser construída em Paris. A ideia foi apresentada pelo engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha, que havia publicado na revista Obras Públicas e Minas o projeto de uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projetos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.

Após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país se manteve neutro, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de janeiro de 1948, que tinha como objetivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo na capital.

Em agosto de 1955 iniciou-se a construção dos troços Sete Rios – Rotunda (com 2,8 quilómetros de extensão) e Entre Campos – Rotunda (com 2,7 quilómetros de comprimento). Ambos se intersectavam na Rotunda, onde seria criado o famoso Y da Rotunda, de onde partia um tronco comum, Rotunda–Restauradores (com 1,1 quilómetros de percurso). Em 29 de dezembro de 1959, após mais de quatro anos de trabalhos, foi aberto ao público o ML. Todas as estações, à excepção do nó da Avenida, assinada por Rogério Ribeiro, tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Das 11 estações inauguradas, apenas Sete Rios, Entre Campos e Rotunda detinham um cais com 70 metros de comprimento, o que permitia acolher quatro carruagens. Todas os outros nós (Palhavã, São Sebastião e Parque no primeiro troço, Campo Pequeno, Saldanha e Picoas no segundo e Avenida e Restauradores no tronco comum) possuíam apenas um cais com 35 metros de comprimento, o suficiente para receber comboios de duas carruagens. O Parque de Material e Oficinas (PMO) situava-se em Sete Rios e era acedido através da estação da Palhavã. Os comboios que circulavam na rede tinham apenas duas carruagens. Nesta época, o ML tinha ao seu dispor 24 unidades da série ML7, construídas pela Sorefame, com a configuração motora-motora, e numeradas de A-1 a A-24.

Para uma melhor informação aos passageiros sobre o novo meio de transporte, foi produzida pela Tóbis, em 1959, por encomenda do ML, uma curta-metragem de divulgação, emitida não só na televisão como também nos cinemas da capital, na secção de “actualidades” (antes do filme principal).

Em maio de 1960 arrancaram as obras de prolongamento até à estação do Rossio, inaugurada em 27 de janeiro de 1963. A extensão inaugurada acrescentava 500 metros à rede do ML. O novo nó já tinha um cais com 70 metros de comprimento.

Três anos mais tarde, em 28 de setembro de 1966, foi aberta ao público uma nova extensão, desta vez entre o Rossio e os Anjos. A rede era aumentada em 1,5 quilómetros com a entrada em funcionamento de três novos nós: Socorro, Intendente e Anjos. Todas estas estações detinham um cais com 35 metros de comprimento.

Em 18 de junho de 1972 foi inaugurado o troço Anjos–Alvalade, que possuía cinco novas estações: Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade, todas dotadas de um cais com 70 metros de comprimento. Com este troço, a rede cresceu mais 3,4 quilómetros e possuía agora 20 nós, dos quais 19 tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Ao longo da década de 1970 começaram a ser ampliados os nós do ML. Em 1973 o cais da estação Entre Campos foi ampliado para 105 metros. Simultaneamente, foram instituídos os “comboios rápidos”, que faziam o percurso Sete Rios – Rotunda e Entre Campos – Rotunda sem parar nas estações intermédias. Todavia, a contestação fez o ML abolir esta medida rapidamente.

Mais tarde, quando em 1 de setembro de 1975 as estações São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente viram o seu cais ampliado para 70 metros de comprimento, o ML colocou em exploração, alternadamente, comboios de duas e quatro carruagens. Para evitar que os passageiros pudessem ficar retidos dentro do túnel nas carruagens que não podiam entrar nas estações ainda não ampliadas, por falta de espaço do cais, foram utilizadas “zebras”. Os locais marcados só serviam as estações maiores.

Também em 1975, ano em que ML obteve a sua nacionalização, ficou completa a entrega das 84 carruagens ML7 encomendadas logo na década de 1950. Entre 1963 e 1975 foram colocadas ao serviço mais 60 carruagens, numeradas de A-25 a A-84. No ano seguinte, um incêndio ocorrido num comboio de quatro carruagens na estação Arroios, fez cair a disponibilidade do parque de material circulante do ML para 80 carruagens. É de ressalvar que não se registou nenhum ferimento nem nenhuma perda humana neste incidente.

Mais tarde, em 1977 ficaram concluídos os trabalhos de alargamento para 105 metros do cais dos nós São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente. Enquanto as estações Avenida e Anjos passaram a deter um cais com 70 metros de comprimento também nesse ano, o mesmo veio a suceder com os nós Palhavã e Picoas em 1978, ano da passagem do ML a empresa pública, e com o do Campo Pequeno, em 1979. Em 1980 a Palhavã passava a poder receber comboios de seis carruagens.

Ao longo da década de 1980 foram arrancando novos prolongamentos, a começar pelo de Alvalade às Calvanas, em 1980. Mais tarde, foi também iniciada a frente de obra de Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, em 1982, e depois a das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte viria a arrancar a construção do empreendimento de Entre Campos ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de edificar um nó nas Calvanas. O PMO II começava também a ser construído perto do Campo Grande.

Em 1982 concluíram-se as obras de ampliação de todos os nós da rede. Assim sendo, os cais dos nós Campo Pequeno, Picoas, Avenida, e Anjos foram alargados para 105 metros depois de já terem sofrido uma intervenção alguns anos mais cedo. Por seu turno, as estações Parque e Socorro viram o seu cais alargado dos 35 para os 105 metros, de uma só vez. Desta forma, a exploração com comboios de duas carruagens cessou definitivamente a partir de 30 de novembro de 1982, razão pela qual agora circulavam somente comboios de quatro carruagens. Apesar de todas as estações poderem já receber comboios de quatro carruagens, os nós Sete Rios, Rotunda, Rossio, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade ainda não tinham um cais com 105 metros de comprimento, razão pela qual seriam alvo de futuras intervenções.

Em 1984 entraram em circulação 12 novas carruagens, agora da série ML79. A ventilação forçada foi introduzida e o indicador de destino melhorado.

Nesse mesmo ano verificaram-se alguns incidentes nos troços Sete Rios – Colégio Militar / Luz e Alvalade – Campo Grande, o que levou ao adiamento das datas de conclusão. Enquanto no primeiro caso a caracterização geológica do local foi deficiente, tanto que na estação das Laranjeiras acabou por se registar uma inundação, no segundo, o conflito gerou-se entre o Sporting e o ML, uma vez que a empresa de transporte acabou por construir a estação em terrenos do clube desportivo.

Desta forma, só em 14 de outubro de 1988 teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, com três novas estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar / Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas quatro estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais com 105 metros de extensão, tal como todos os futuros nós, e obedeciam também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao seu cais. A rede aumentava 3,8 quilómetros.

No ano seguinte ficava concluída a entrega das ML79. No total, dessa série, o ML recebeu mais 56 carruagens, que eram agora numeradas de M-101 a M-156.

Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER I), que previa os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado. Era também contemplada a desconexão do Y da Rotunda e a extensão ao Rato, bem como o alargamento à Pontinha e a construção do PMO III nesse local.

No ano de 1991, foram apresentados os protótipos da série ML90, numerados de M-201 a M-206. Eram então construídas as duas primeiras unidades triplas do ML, com a configuração motora-reboque-motora, tal como todas as seguintes, o que acrescentava em seis o futuro número de carruagens disponível. Note-se que apenas estas motoras possuem uma porta frontal à cabine de condução.

Em 3 de abril de 1993 abriu ao público a estação Campo Grande, na qual interveio plasticamente Eduardo Nery, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande. Com este prolongamento a rede do metropolitano cresceu 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entraram em exploração as duas unidades triplas ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier e já podem circular com ou sem o reboque.

Também em 1993 foi apresentado o PER II, destinado a servir a futura Expo’98. Previa-se que, até 1999, o ML deveria circular nas linhas:

Linha Azul: Pontinha – Terreiro do Paço;

Linha Amarela: Lumiar – Rato;

Linha Verde: Telheiras – Cais do Sodré;

Linha Vermelha: Moscavide – Alameda e Campolide – Estrela com ligação provisória à estação Rato.

O ano seguinte marcou a inauguração do PMO II, após mais de uma década de terraplanagens e construção. No dia 15 de julho de 1995, o sonho da desconexão do Y da Rotunda tornou-se realidade. Assim, o ML passava a explorar duas linhas autónomas: a Linha Azul, entre o Colégio Militar / Luz e o Campo Grande, via Rossio, e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e a Rotunda. Nesta intervenção, a antiga estação Rotunda, agora designada por Rotunda I, foi alargada para 105 metros.

Alguns dias mais tarde, abriu também ao público a renovada estação de Sete Rios, agora com um cais já de 105 metros. Em 1996 ficou concluída a entrega das ML90, com a recepção de mais 17 unidades triplas, ou 51 carruagens, numeradas de M-207 a M-257, com cores e materiais ligeiramente diferentes dos utilizados nos protótipos. Também nesse ano, mais concretamente a 23 de julho, o ML foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique.[4]

Em 18 de outubro de 1997 foi inaugurado o troço Colégio Militar / Luz – Pontinha, que adicionou à rede 1,6 quilómetros de extensão e duas novas estações: Carnide e Pontinha. Em 29 de dezembro do mesmo ano foi inaugurada a estação Rato. Entretanto, em 1997 foi recebido um novo lote de material circulante, agora denominado ML95, que acrescentou mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, ao parque do ML. Embora exteriormente estas novas carruagens tivessem um aspecto muito semelhante às ML90, no interior foram introduzidas algumas diferenças técnicas, como uma motorização diferente e um controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, ao invés do pneumático.

1998 marcou a conclusão de muitos dos projectos do ML. Logo em Março as designações de quatro estações foram alteradas:

Sete Rios → Jardim Zoológico

Palhavã → Praça de Espanha

Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II

Socorro → Martim Moniz

Em 18 de abril de 1998 foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré. Com este prolongamento, que trouxe também a ampliação do cais da estação Rossio para 105 metros, a rede cresceu 1,4 quilómetros. Sete dias mais tarde, foi aberta ao público a estação Baixa-Chiado I.

A Linha Vermelha foi inaugurada em 19 de maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98. O troço detinha uma extensão de cinco quilómetros e incluía sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais e Cabo Ruivo e Oriente.[nota 3] Juntamente com a inauguração do nó da Alameda II, a estação Alameda I viu também o seu cais ser alargado para 105 metros de comprimento. Em junho de 1998, nesta linha, que contava com um mecanismo automático de condução, circularam pela primeira vez composições de seis carruagens. Todavia, com o final da Expo’98, a Linha Vermelha passou a ser explorada com comboios de três carruagens. De forma a disponibilizar uma oferta que assegurasse o transporte de milhares de turistas à Expo’98 foram nessa época entregues mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, da série ML95. A nova série era numerada de M-301 a M-414. Com a abertura das estações Cabo Ruivo, em 18 de julho, Baixa-Chiado II, em 8 de agosto, e Olivais, em 7 de novembro, a rede comportava agora 40 estações.

Em 1999 foi inaugurado o PMO III, na Pontinha. Nesse ano entraram em circulação mais 54 carruagens de um novo lote de material circulante, denominado ML97 e composto por 18 unidades triplas articuladas. Esta nova série possibilitava a livre circulação entre carruagens, o que permitia um ligeiro incremento da capacidade de transporte de uma unidade tripla. Segundo o ML, nestas unidades triplas, o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação. O parque do ML ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens, 80 ML7, 54 ML79, 57 ML90, 114 ML95 e 54 ML97, o maior número atingido até hoje.

Em 2000 iniciou-se a exploração com composições de seis carruagens na Linha Azul e na Linha Amarela, o que originou o afastamento das ML7, dado que só comportavam quatro carruagens atreladas. Depois de 40 anos ao serviço, as duas primeiras carruagens desta série viriam a ser preservadas e restauradas. A quebra de oferta que se seguiu foi complementada com a entrada em circulação de um novo lote, denominado ML99, composto por 20 unidades triplas, ou seja, por 60 carruagens, numeradas de M-601 a M-660. Face à série anterior, os novos comboios possuem baterias que asseguram a iluminação e ventilação no caso de a corrente falhar e uma melhor insonorização. Entretanto, uma vez que em 2001 se começaram a verificar avarias constantes nas ML79, foi encomendado um segundo lote das ML99, constituído agora por 18 unidades triplas, ou por 54 carruagens, tendo em vista o afastamento das ML79. Assim sendo, em 2002, com a recepção do segundo lote das ML99, numerado de M-661 a M-714, e com a saída de circulação de todas as ML79, o número de carruagens do ML ficou estabilizado nas 339: 57 ML90, 114 ML95, 54 ML97 e 114 ML99. Todavia, uma vez que, ainda nesse ano, uma ML99 galgou uma protecção no PMO II, a sua inutilização fez na verdade cair a disponibilidade do parque de material circulante para 338 carruagens.

A extensão Campo Grande – Telheiras foi inaugurada em 2 de novembro de 2002. A entrada em funcionamento da estação Telheiras ampliou a rede em 600 metros.

Em 27 de março de 2004 foi inaugurado o troço Campo Grande – Odivelas, o que permitiu ao ML ultrapassar, pela primeira vez, as fronteiras de Lisboa. No total, a rede foi aumentada em cinco quilómetros e acrescentaram-se-lhe cinco novas estações: Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira, Senhor Roubado e Odivelas.

Quase dois meses mais tarde, em 15 de maio de 2004, foi inaugurado um novo troço, desta vez compreendido entre a Pontinha e a Amadora Este, com duas novas estações: Alfornelos e Amadora Este. A rede do ML cresceu mais 2,1 quilómetros e ficou com, aproximadamente, 38,5 quilómetros de extensão e 48 estações, quatro das quais duplas.

Enquanto em finais de 2004 passou a ser disponibilizado o tempo de espera para o próximo comboio na Linha Vermelha, em junho de 2006 o ML instalou rede telefónica celular em todas as estações. É justo salientar-se que foi um dos metropolitanos pioneiros no mundo nessa matéria. Esse ano ficou ainda marcado pelo alargamento do cais das estações Roma e Alvalade para 105 metros de comprimento.

Em 19 de dezembro de 2007 foram acrescentados 2,2 quilómetros à Linha Azul. O empreendimento Baixa-Chiado – Santa Apolónia permitiu a criação de mais duas estações: Terreiro do Paço e Santa Apolónia.

Mais tarde, em 29 de agosto de 2009 foi inaugurado o troço Alameda – São Sebastião, com duas novas estações: Saldanha II e São Sebastião II. Desta forma, a rede do ML aumentou 2,2 quilómetros e a Linha Vermelha passou a cruzar todas as restantes linhas. Por essa ocasião, passaram a circular nessa linha definitivamente comboios de seis carruagens e foi também desactivado o sistema de condução automático.


O Metropolitano de Lisboa, foi inaugurado em 29 de dezembro de 1959, tornando-se assim na primeira rede de metropolitano de Portugal.

Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa, à semelhança das que já existiam em Londres, Budapeste e Glasgow, e da que estava a ser construída em Paris. A ideia foi apresentada pelo engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha, que havia publicado na revista Obras Públicas e Minas o projeto de uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projetos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.

Após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país se manteve neutro, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de janeiro de 1948, que tinha como objetivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo na capital.

Em agosto de 1955 iniciou-se a construção dos troços Sete Rios – Rotunda (com 2,8 quilómetros de extensão) e Entre Campos – Rotunda (com 2,7 quilómetros de comprimento). Ambos se intersectavam na Rotunda, onde seria criado o famoso Y da Rotunda, de onde partia um tronco comum, Rotunda–Restauradores (com 1,1 quilómetros de percurso). Em 29 de dezembro de 1959, após mais de quatro anos de trabalhos, foi aberto ao público o ML. Todas as estações, à excepção do nó da Avenida, assinada por Rogério Ribeiro, tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Das 11 estações inauguradas, apenas Sete Rios, Entre Campos e Rotunda detinham um cais com 70 metros de comprimento, o que permitia acolher quatro carruagens. Todas os outros nós (Palhavã, São Sebastião e Parque no primeiro troço, Campo Pequeno, Saldanha e Picoas no segundo e Avenida e Restauradores no tronco comum) possuíam apenas um cais com 35 metros de comprimento, o suficiente para receber comboios de duas carruagens. O Parque de Material e Oficinas (PMO) situava-se em Sete Rios e era acedido através da estação da Palhavã. Os comboios que circulavam na rede tinham apenas duas carruagens. Nesta época, o ML tinha ao seu dispor 24 unidades da série ML7, construídas pela Sorefame, com a configuração motora-motora, e numeradas de A-1 a A-24.

Para uma melhor informação aos passageiros sobre o novo meio de transporte, foi produzida pela Tóbis, em 1959, por encomenda do ML, uma curta-metragem de divulgação, emitida não só na televisão como também nos cinemas da capital, na secção de “actualidades” (antes do filme principal).

Em maio de 1960 arrancaram as obras de prolongamento até à estação do Rossio, inaugurada em 27 de janeiro de 1963. A extensão inaugurada acrescentava 500 metros à rede do ML. O novo nó já tinha um cais com 70 metros de comprimento.

Três anos mais tarde, em 28 de setembro de 1966, foi aberta ao público uma nova extensão, desta vez entre o Rossio e os Anjos. A rede era aumentada em 1,5 quilómetros com a entrada em funcionamento de três novos nós: Socorro, Intendente e Anjos. Todas estas estações detinham um cais com 35 metros de comprimento.

Em 18 de junho de 1972 foi inaugurado o troço Anjos–Alvalade, que possuía cinco novas estações: Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade, todas dotadas de um cais com 70 metros de comprimento. Com este troço, a rede cresceu mais 3,4 quilómetros e possuía agora 20 nós, dos quais 19 tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Ao longo da década de 1970 começaram a ser ampliados os nós do ML. Em 1973 o cais da estação Entre Campos foi ampliado para 105 metros. Simultaneamente, foram instituídos os “comboios rápidos”, que faziam o percurso Sete Rios – Rotunda e Entre Campos – Rotunda sem parar nas estações intermédias. Todavia, a contestação fez o ML abolir esta medida rapidamente.

Mais tarde, quando em 1 de setembro de 1975 as estações São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente viram o seu cais ampliado para 70 metros de comprimento, o ML colocou em exploração, alternadamente, comboios de duas e quatro carruagens. Para evitar que os passageiros pudessem ficar retidos dentro do túnel nas carruagens que não podiam entrar nas estações ainda não ampliadas, por falta de espaço do cais, foram utilizadas “zebras”. Os locais marcados só serviam as estações maiores.

Também em 1975, ano em que ML obteve a sua nacionalização, ficou completa a entrega das 84 carruagens ML7 encomendadas logo na década de 1950. Entre 1963 e 1975 foram colocadas ao serviço mais 60 carruagens, numeradas de A-25 a A-84. No ano seguinte, um incêndio ocorrido num comboio de quatro carruagens na estação Arroios, fez cair a disponibilidade do parque de material circulante do ML para 80 carruagens. É de ressalvar que não se registou nenhum ferimento nem nenhuma perda humana neste incidente.

Mais tarde, em 1977 ficaram concluídos os trabalhos de alargamento para 105 metros do cais dos nós São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente. Enquanto as estações Avenida e Anjos passaram a deter um cais com 70 metros de comprimento também nesse ano, o mesmo veio a suceder com os nós Palhavã e Picoas em 1978, ano da passagem do ML a empresa pública, e com o do Campo Pequeno, em 1979. Em 1980 a Palhavã passava a poder receber comboios de seis carruagens.

Ao longo da década de 1980 foram arrancando novos prolongamentos, a começar pelo de Alvalade às Calvanas, em 1980. Mais tarde, foi também iniciada a frente de obra de Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, em 1982, e depois a das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte viria a arrancar a construção do empreendimento de Entre Campos ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de edificar um nó nas Calvanas. O PMO II começava também a ser construído perto do Campo Grande.

Em 1982 concluíram-se as obras de ampliação de todos os nós da rede. Assim sendo, os cais dos nós Campo Pequeno, Picoas, Avenida, e Anjos foram alargados para 105 metros depois de já terem sofrido uma intervenção alguns anos mais cedo. Por seu turno, as estações Parque e Socorro viram o seu cais alargado dos 35 para os 105 metros, de uma só vez. Desta forma, a exploração com comboios de duas carruagens cessou definitivamente a partir de 30 de novembro de 1982, razão pela qual agora circulavam somente comboios de quatro carruagens. Apesar de todas as estações poderem já receber comboios de quatro carruagens, os nós Sete Rios, Rotunda, Rossio, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade ainda não tinham um cais com 105 metros de comprimento, razão pela qual seriam alvo de futuras intervenções.

Em 1984 entraram em circulação 12 novas carruagens, agora da série ML79. A ventilação forçada foi introduzida e o indicador de destino melhorado.

Nesse mesmo ano verificaram-se alguns incidentes nos troços Sete Rios – Colégio Militar / Luz e Alvalade – Campo Grande, o que levou ao adiamento das datas de conclusão. Enquanto no primeiro caso a caracterização geológica do local foi deficiente, tanto que na estação das Laranjeiras acabou por se registar uma inundação, no segundo, o conflito gerou-se entre o Sporting e o ML, uma vez que a empresa de transporte acabou por construir a estação em terrenos do clube desportivo.

Desta forma, só em 14 de outubro de 1988 teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, com três novas estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar / Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas quatro estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais com 105 metros de extensão, tal como todos os futuros nós, e obedeciam também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao seu cais. A rede aumentava 3,8 quilómetros.

No ano seguinte ficava concluída a entrega das ML79. No total, dessa série, o ML recebeu mais 56 carruagens, que eram agora numeradas de M-101 a M-156.

Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER I), que previa os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado. Era também contemplada a desconexão do Y da Rotunda e a extensão ao Rato, bem como o alargamento à Pontinha e a construção do PMO III nesse local.

No ano de 1991, foram apresentados os protótipos da série ML90, numerados de M-201 a M-206. Eram então construídas as duas primeiras unidades triplas do ML, com a configuração motora-reboque-motora, tal como todas as seguintes, o que acrescentava em seis o futuro número de carruagens disponível. Note-se que apenas estas motoras possuem uma porta frontal à cabine de condução.

Em 3 de abril de 1993 abriu ao público a estação Campo Grande, na qual interveio plasticamente Eduardo Nery, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande. Com este prolongamento a rede do metropolitano cresceu 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entraram em exploração as duas unidades triplas ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier e já podem circular com ou sem o reboque.

Também em 1993 foi apresentado o PER II, destinado a servir a futura Expo’98. Previa-se que, até 1999, o ML deveria circular nas linhas:

Linha Azul: Pontinha – Terreiro do Paço;

Linha Amarela: Lumiar – Rato;

Linha Verde: Telheiras – Cais do Sodré;

Linha Vermelha: Moscavide – Alameda e Campolide – Estrela com ligação provisória à estação Rato.

O ano seguinte marcou a inauguração do PMO II, após mais de uma década de terraplanagens e construção. No dia 15 de julho de 1995, o sonho da desconexão do Y da Rotunda tornou-se realidade. Assim, o ML passava a explorar duas linhas autónomas: a Linha Azul, entre o Colégio Militar / Luz e o Campo Grande, via Rossio, e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e a Rotunda. Nesta intervenção, a antiga estação Rotunda, agora designada por Rotunda I, foi alargada para 105 metros.

Alguns dias mais tarde, abriu também ao público a renovada estação de Sete Rios, agora com um cais já de 105 metros. Em 1996 ficou concluída a entrega das ML90, com a recepção de mais 17 unidades triplas, ou 51 carruagens, numeradas de M-207 a M-257, com cores e materiais ligeiramente diferentes dos utilizados nos protótipos. Também nesse ano, mais concretamente a 23 de julho, o ML foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique.[4]

Em 18 de outubro de 1997 foi inaugurado o troço Colégio Militar / Luz – Pontinha, que adicionou à rede 1,6 quilómetros de extensão e duas novas estações: Carnide e Pontinha. Em 29 de dezembro do mesmo ano foi inaugurada a estação Rato. Entretanto, em 1997 foi recebido um novo lote de material circulante, agora denominado ML95, que acrescentou mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, ao parque do ML. Embora exteriormente estas novas carruagens tivessem um aspecto muito semelhante às ML90, no interior foram introduzidas algumas diferenças técnicas, como uma motorização diferente e um controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, ao invés do pneumático.

1998 marcou a conclusão de muitos dos projectos do ML. Logo em Março as designações de quatro estações foram alteradas:

Sete Rios → Jardim Zoológico

Palhavã → Praça de Espanha

Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II

Socorro → Martim Moniz

Em 18 de abril de 1998 foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré. Com este prolongamento, que trouxe também a ampliação do cais da estação Rossio para 105 metros, a rede cresceu 1,4 quilómetros. Sete dias mais tarde, foi aberta ao público a estação Baixa-Chiado I.

A Linha Vermelha foi inaugurada em 19 de maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98. O troço detinha uma extensão de cinco quilómetros e incluía sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais e Cabo Ruivo e Oriente.[nota 3] Juntamente com a inauguração do nó da Alameda II, a estação Alameda I viu também o seu cais ser alargado para 105 metros de comprimento. Em junho de 1998, nesta linha, que contava com um mecanismo automático de condução, circularam pela primeira vez composições de seis carruagens. Todavia, com o final da Expo’98, a Linha Vermelha passou a ser explorada com comboios de três carruagens. De forma a disponibilizar uma oferta que assegurasse o transporte de milhares de turistas à Expo’98 foram nessa época entregues mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, da série ML95. A nova série era numerada de M-301 a M-414. Com a abertura das estações Cabo Ruivo, em 18 de julho, Baixa-Chiado II, em 8 de agosto, e Olivais, em 7 de novembro, a rede comportava agora 40 estações.

Em 1999 foi inaugurado o PMO III, na Pontinha. Nesse ano entraram em circulação mais 54 carruagens de um novo lote de material circulante, denominado ML97 e composto por 18 unidades triplas articuladas. Esta nova série possibilitava a livre circulação entre carruagens, o que permitia um ligeiro incremento da capacidade de transporte de uma unidade tripla. Segundo o ML, nestas unidades triplas, o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação. O parque do ML ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens, 80 ML7, 54 ML79, 57 ML90, 114 ML95 e 54 ML97, o maior número atingido até hoje.

Em 2000 iniciou-se a exploração com composições de seis carruagens na Linha Azul e na Linha Amarela, o que originou o afastamento das ML7, dado que só comportavam quatro carruagens atreladas. Depois de 40 anos ao serviço, as duas primeiras carruagens desta série viriam a ser preservadas e restauradas. A quebra de oferta que se seguiu foi complementada com a entrada em circulação de um novo lote, denominado ML99, composto por 20 unidades triplas, ou seja, por 60 carruagens, numeradas de M-601 a M-660. Face à série anterior, os novos comboios possuem baterias que asseguram a iluminação e ventilação no caso de a corrente falhar e uma melhor insonorização. Entretanto, uma vez que em 2001 se começaram a verificar avarias constantes nas ML79, foi encomendado um segundo lote das ML99, constituído agora por 18 unidades triplas, ou por 54 carruagens, tendo em vista o afastamento das ML79. Assim sendo, em 2002, com a recepção do segundo lote das ML99, numerado de M-661 a M-714, e com a saída de circulação de todas as ML79, o número de carruagens do ML ficou estabilizado nas 339: 57 ML90, 114 ML95, 54 ML97 e 114 ML99. Todavia, uma vez que, ainda nesse ano, uma ML99 galgou uma protecção no PMO II, a sua inutilização fez na verdade cair a disponibilidade do parque de material circulante para 338 carruagens.

A extensão Campo Grande – Telheiras foi inaugurada em 2 de novembro de 2002. A entrada em funcionamento da estação Telheiras ampliou a rede em 600 metros.

Em 27 de março de 2004 foi inaugurado o troço Campo Grande – Odivelas, o que permitiu ao ML ultrapassar, pela primeira vez, as fronteiras de Lisboa. No total, a rede foi aumentada em cinco quilómetros e acrescentaram-se-lhe cinco novas estações: Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira, Senhor Roubado e Odivelas.

Quase dois meses mais tarde, em 15 de maio de 2004, foi inaugurado um novo troço, desta vez compreendido entre a Pontinha e a Amadora Este, com duas novas estações: Alfornelos e Amadora Este. A rede do ML cresceu mais 2,1 quilómetros e ficou com, aproximadamente, 38,5 quilómetros de extensão e 48 estações, quatro das quais duplas.

Enquanto em finais de 2004 passou a ser disponibilizado o tempo de espera para o próximo comboio na Linha Vermelha, em junho de 2006 o ML instalou rede telefónica celular em todas as estações. É justo salientar-se que foi um dos metropolitanos pioneiros no mundo nessa matéria. Esse ano ficou ainda marcado pelo alargamento do cais das estações Roma e Alvalade para 105 metros de comprimento.

Em 19 de dezembro de 2007 foram acrescentados 2,2 quilómetros à Linha Azul. O empreendimento Baixa-Chiado – Santa Apolónia permitiu a criação de mais duas estações: Terreiro do Paço e Santa Apolónia.

Mais tarde, em 29 de agosto de 2009 foi inaugurado o troço Alameda – São Sebastião, com duas novas estações: Saldanha II e São Sebastião II. Desta forma, a rede do ML aumentou 2,2 quilómetros e a Linha Vermelha passou a cruzar todas as restantes linhas. Por essa ocasião, passaram a circular nessa linha definitivamente comboios de seis carruagens e foi também desactivado o sistema de condução automático.


O Metropolitano de Lisboa, foi inaugurado em 29 de dezembro de 1959, tornando-se assim na primeira rede de metropolitano de Portugal.

Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa, à semelhança das que já existiam em Londres, Budapeste e Glasgow, e da que estava a ser construída em Paris. A ideia foi apresentada pelo engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha, que havia publicado na revista Obras Públicas e Minas o projeto de uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projetos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.

Após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país se manteve neutro, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de janeiro de 1948, que tinha como objetivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo na capital.

Em agosto de 1955 iniciou-se a construção dos troços Sete Rios – Rotunda (com 2,8 quilómetros de extensão) e Entre Campos – Rotunda (com 2,7 quilómetros de comprimento). Ambos se intersectavam na Rotunda, onde seria criado o famoso Y da Rotunda, de onde partia um tronco comum, Rotunda–Restauradores (com 1,1 quilómetros de percurso). Em 29 de dezembro de 1959, após mais de quatro anos de trabalhos, foi aberto ao público o ML. Todas as estações, à excepção do nó da Avenida, assinada por Rogério Ribeiro, tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Das 11 estações inauguradas, apenas Sete Rios, Entre Campos e Rotunda detinham um cais com 70 metros de comprimento, o que permitia acolher quatro carruagens. Todas os outros nós (Palhavã, São Sebastião e Parque no primeiro troço, Campo Pequeno, Saldanha e Picoas no segundo e Avenida e Restauradores no tronco comum) possuíam apenas um cais com 35 metros de comprimento, o suficiente para receber comboios de duas carruagens. O Parque de Material e Oficinas (PMO) situava-se em Sete Rios e era acedido através da estação da Palhavã. Os comboios que circulavam na rede tinham apenas duas carruagens. Nesta época, o ML tinha ao seu dispor 24 unidades da série ML7, construídas pela Sorefame, com a configuração motora-motora, e numeradas de A-1 a A-24.

Para uma melhor informação aos passageiros sobre o novo meio de transporte, foi produzida pela Tóbis, em 1959, por encomenda do ML, uma curta-metragem de divulgação, emitida não só na televisão como também nos cinemas da capital, na secção de “actualidades” (antes do filme principal).

Em maio de 1960 arrancaram as obras de prolongamento até à estação do Rossio, inaugurada em 27 de janeiro de 1963. A extensão inaugurada acrescentava 500 metros à rede do ML. O novo nó já tinha um cais com 70 metros de comprimento.

Três anos mais tarde, em 28 de setembro de 1966, foi aberta ao público uma nova extensão, desta vez entre o Rossio e os Anjos. A rede era aumentada em 1,5 quilómetros com a entrada em funcionamento de três novos nós: Socorro, Intendente e Anjos. Todas estas estações detinham um cais com 35 metros de comprimento.

Em 18 de junho de 1972 foi inaugurado o troço Anjos–Alvalade, que possuía cinco novas estações: Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade, todas dotadas de um cais com 70 metros de comprimento. Com este troço, a rede cresceu mais 3,4 quilómetros e possuía agora 20 nós, dos quais 19 tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Ao longo da década de 1970 começaram a ser ampliados os nós do ML. Em 1973 o cais da estação Entre Campos foi ampliado para 105 metros. Simultaneamente, foram instituídos os “comboios rápidos”, que faziam o percurso Sete Rios – Rotunda e Entre Campos – Rotunda sem parar nas estações intermédias. Todavia, a contestação fez o ML abolir esta medida rapidamente.

Mais tarde, quando em 1 de setembro de 1975 as estações São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente viram o seu cais ampliado para 70 metros de comprimento, o ML colocou em exploração, alternadamente, comboios de duas e quatro carruagens. Para evitar que os passageiros pudessem ficar retidos dentro do túnel nas carruagens que não podiam entrar nas estações ainda não ampliadas, por falta de espaço do cais, foram utilizadas “zebras”. Os locais marcados só serviam as estações maiores.

Também em 1975, ano em que ML obteve a sua nacionalização, ficou completa a entrega das 84 carruagens ML7 encomendadas logo na década de 1950. Entre 1963 e 1975 foram colocadas ao serviço mais 60 carruagens, numeradas de A-25 a A-84. No ano seguinte, um incêndio ocorrido num comboio de quatro carruagens na estação Arroios, fez cair a disponibilidade do parque de material circulante do ML para 80 carruagens. É de ressalvar que não se registou nenhum ferimento nem nenhuma perda humana neste incidente.

Mais tarde, em 1977 ficaram concluídos os trabalhos de alargamento para 105 metros do cais dos nós São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente. Enquanto as estações Avenida e Anjos passaram a deter um cais com 70 metros de comprimento também nesse ano, o mesmo veio a suceder com os nós Palhavã e Picoas em 1978, ano da passagem do ML a empresa pública, e com o do Campo Pequeno, em 1979. Em 1980 a Palhavã passava a poder receber comboios de seis carruagens.

Ao longo da década de 1980 foram arrancando novos prolongamentos, a começar pelo de Alvalade às Calvanas, em 1980. Mais tarde, foi também iniciada a frente de obra de Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, em 1982, e depois a das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte viria a arrancar a construção do empreendimento de Entre Campos ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de edificar um nó nas Calvanas. O PMO II começava também a ser construído perto do Campo Grande.

Em 1982 concluíram-se as obras de ampliação de todos os nós da rede. Assim sendo, os cais dos nós Campo Pequeno, Picoas, Avenida, e Anjos foram alargados para 105 metros depois de já terem sofrido uma intervenção alguns anos mais cedo. Por seu turno, as estações Parque e Socorro viram o seu cais alargado dos 35 para os 105 metros, de uma só vez. Desta forma, a exploração com comboios de duas carruagens cessou definitivamente a partir de 30 de novembro de 1982, razão pela qual agora circulavam somente comboios de quatro carruagens. Apesar de todas as estações poderem já receber comboios de quatro carruagens, os nós Sete Rios, Rotunda, Rossio, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade ainda não tinham um cais com 105 metros de comprimento, razão pela qual seriam alvo de futuras intervenções.

Em 1984 entraram em circulação 12 novas carruagens, agora da série ML79. A ventilação forçada foi introduzida e o indicador de destino melhorado.

Nesse mesmo ano verificaram-se alguns incidentes nos troços Sete Rios – Colégio Militar / Luz e Alvalade – Campo Grande, o que levou ao adiamento das datas de conclusão. Enquanto no primeiro caso a caracterização geológica do local foi deficiente, tanto que na estação das Laranjeiras acabou por se registar uma inundação, no segundo, o conflito gerou-se entre o Sporting e o ML, uma vez que a empresa de transporte acabou por construir a estação em terrenos do clube desportivo.

Desta forma, só em 14 de outubro de 1988 teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, com três novas estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar / Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas quatro estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais com 105 metros de extensão, tal como todos os futuros nós, e obedeciam também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao seu cais. A rede aumentava 3,8 quilómetros.

No ano seguinte ficava concluída a entrega das ML79. No total, dessa série, o ML recebeu mais 56 carruagens, que eram agora numeradas de M-101 a M-156.

Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER I), que previa os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado. Era também contemplada a desconexão do Y da Rotunda e a extensão ao Rato, bem como o alargamento à Pontinha e a construção do PMO III nesse local.

No ano de 1991, foram apresentados os protótipos da série ML90, numerados de M-201 a M-206. Eram então construídas as duas primeiras unidades triplas do ML, com a configuração motora-reboque-motora, tal como todas as seguintes, o que acrescentava em seis o futuro número de carruagens disponível. Note-se que apenas estas motoras possuem uma porta frontal à cabine de condução.

Em 3 de abril de 1993 abriu ao público a estação Campo Grande, na qual interveio plasticamente Eduardo Nery, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande. Com este prolongamento a rede do metropolitano cresceu 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entraram em exploração as duas unidades triplas ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier e já podem circular com ou sem o reboque.

Também em 1993 foi apresentado o PER II, destinado a servir a futura Expo’98. Previa-se que, até 1999, o ML deveria circular nas linhas:

Linha Azul: Pontinha – Terreiro do Paço;

Linha Amarela: Lumiar – Rato;

Linha Verde: Telheiras – Cais do Sodré;

Linha Vermelha: Moscavide – Alameda e Campolide – Estrela com ligação provisória à estação Rato.

O ano seguinte marcou a inauguração do PMO II, após mais de uma década de terraplanagens e construção. No dia 15 de julho de 1995, o sonho da desconexão do Y da Rotunda tornou-se realidade. Assim, o ML passava a explorar duas linhas autónomas: a Linha Azul, entre o Colégio Militar / Luz e o Campo Grande, via Rossio, e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e a Rotunda. Nesta intervenção, a antiga estação Rotunda, agora designada por Rotunda I, foi alargada para 105 metros.

Alguns dias mais tarde, abriu também ao público a renovada estação de Sete Rios, agora com um cais já de 105 metros. Em 1996 ficou concluída a entrega das ML90, com a recepção de mais 17 unidades triplas, ou 51 carruagens, numeradas de M-207 a M-257, com cores e materiais ligeiramente diferentes dos utilizados nos protótipos. Também nesse ano, mais concretamente a 23 de julho, o ML foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique.[4]

Em 18 de outubro de 1997 foi inaugurado o troço Colégio Militar / Luz – Pontinha, que adicionou à rede 1,6 quilómetros de extensão e duas novas estações: Carnide e Pontinha. Em 29 de dezembro do mesmo ano foi inaugurada a estação Rato. Entretanto, em 1997 foi recebido um novo lote de material circulante, agora denominado ML95, que acrescentou mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, ao parque do ML. Embora exteriormente estas novas carruagens tivessem um aspecto muito semelhante às ML90, no interior foram introduzidas algumas diferenças técnicas, como uma motorização diferente e um controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, ao invés do pneumático.

1998 marcou a conclusão de muitos dos projectos do ML. Logo em Março as designações de quatro estações foram alteradas:

Sete Rios → Jardim Zoológico

Palhavã → Praça de Espanha

Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II

Socorro → Martim Moniz

Em 18 de abril de 1998 foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré. Com este prolongamento, que trouxe também a ampliação do cais da estação Rossio para 105 metros, a rede cresceu 1,4 quilómetros. Sete dias mais tarde, foi aberta ao público a estação Baixa-Chiado I.

A Linha Vermelha foi inaugurada em 19 de maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98. O troço detinha uma extensão de cinco quilómetros e incluía sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais e Cabo Ruivo e Oriente.[nota 3] Juntamente com a inauguração do nó da Alameda II, a estação Alameda I viu também o seu cais ser alargado para 105 metros de comprimento. Em junho de 1998, nesta linha, que contava com um mecanismo automático de condução, circularam pela primeira vez composições de seis carruagens. Todavia, com o final da Expo’98, a Linha Vermelha passou a ser explorada com comboios de três carruagens. De forma a disponibilizar uma oferta que assegurasse o transporte de milhares de turistas à Expo’98 foram nessa época entregues mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, da série ML95. A nova série era numerada de M-301 a M-414. Com a abertura das estações Cabo Ruivo, em 18 de julho, Baixa-Chiado II, em 8 de agosto, e Olivais, em 7 de novembro, a rede comportava agora 40 estações.

Em 1999 foi inaugurado o PMO III, na Pontinha. Nesse ano entraram em circulação mais 54 carruagens de um novo lote de material circulante, denominado ML97 e composto por 18 unidades triplas articuladas. Esta nova série possibilitava a livre circulação entre carruagens, o que permitia um ligeiro incremento da capacidade de transporte de uma unidade tripla. Segundo o ML, nestas unidades triplas, o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação. O parque do ML ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens, 80 ML7, 54 ML79, 57 ML90, 114 ML95 e 54 ML97, o maior número atingido até hoje.

Em 2000 iniciou-se a exploração com composições de seis carruagens na Linha Azul e na Linha Amarela, o que originou o afastamento das ML7, dado que só comportavam quatro carruagens atreladas. Depois de 40 anos ao serviço, as duas primeiras carruagens desta série viriam a ser preservadas e restauradas. A quebra de oferta que se seguiu foi complementada com a entrada em circulação de um novo lote, denominado ML99, composto por 20 unidades triplas, ou seja, por 60 carruagens, numeradas de M-601 a M-660. Face à série anterior, os novos comboios possuem baterias que asseguram a iluminação e ventilação no caso de a corrente falhar e uma melhor insonorização. Entretanto, uma vez que em 2001 se começaram a verificar avarias constantes nas ML79, foi encomendado um segundo lote das ML99, constituído agora por 18 unidades triplas, ou por 54 carruagens, tendo em vista o afastamento das ML79. Assim sendo, em 2002, com a recepção do segundo lote das ML99, numerado de M-661 a M-714, e com a saída de circulação de todas as ML79, o número de carruagens do ML ficou estabilizado nas 339: 57 ML90, 114 ML95, 54 ML97 e 114 ML99. Todavia, uma vez que, ainda nesse ano, uma ML99 galgou uma protecção no PMO II, a sua inutilização fez na verdade cair a disponibilidade do parque de material circulante para 338 carruagens.

A extensão Campo Grande – Telheiras foi inaugurada em 2 de novembro de 2002. A entrada em funcionamento da estação Telheiras ampliou a rede em 600 metros.

Em 27 de março de 2004 foi inaugurado o troço Campo Grande – Odivelas, o que permitiu ao ML ultrapassar, pela primeira vez, as fronteiras de Lisboa. No total, a rede foi aumentada em cinco quilómetros e acrescentaram-se-lhe cinco novas estações: Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira, Senhor Roubado e Odivelas.

Quase dois meses mais tarde, em 15 de maio de 2004, foi inaugurado um novo troço, desta vez compreendido entre a Pontinha e a Amadora Este, com duas novas estações: Alfornelos e Amadora Este. A rede do ML cresceu mais 2,1 quilómetros e ficou com, aproximadamente, 38,5 quilómetros de extensão e 48 estações, quatro das quais duplas.

Enquanto em finais de 2004 passou a ser disponibilizado o tempo de espera para o próximo comboio na Linha Vermelha, em junho de 2006 o ML instalou rede telefónica celular em todas as estações. É justo salientar-se que foi um dos metropolitanos pioneiros no mundo nessa matéria. Esse ano ficou ainda marcado pelo alargamento do cais das estações Roma e Alvalade para 105 metros de comprimento.

Em 19 de dezembro de 2007 foram acrescentados 2,2 quilómetros à Linha Azul. O empreendimento Baixa-Chiado – Santa Apolónia permitiu a criação de mais duas estações: Terreiro do Paço e Santa Apolónia.

Mais tarde, em 29 de agosto de 2009 foi inaugurado o troço Alameda – São Sebastião, com duas novas estações: Saldanha II e São Sebastião II. Desta forma, a rede do ML aumentou 2,2 quilómetros e a Linha Vermelha passou a cruzar todas as restantes linhas. Por essa ocasião, passaram a circular nessa linha definitivamente comboios de seis carruagens e foi também desactivado o sistema de condução automático.


O Metropolitano de Lisboa, foi inaugurado em 29 de dezembro de 1959, tornando-se assim na primeira rede de metropolitano de Portugal.

Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa, à semelhança das que já existiam em Londres, Budapeste e Glasgow, e da que estava a ser construída em Paris. A ideia foi apresentada pelo engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha, que havia publicado na revista Obras Públicas e Minas o projeto de uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projetos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.

Após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país se manteve neutro, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de janeiro de 1948, que tinha como objetivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo na capital.

Em agosto de 1955 iniciou-se a construção dos troços Sete Rios – Rotunda (com 2,8 quilómetros de extensão) e Entre Campos – Rotunda (com 2,7 quilómetros de comprimento). Ambos se intersectavam na Rotunda, onde seria criado o famoso Y da Rotunda, de onde partia um tronco comum, Rotunda–Restauradores (com 1,1 quilómetros de percurso). Em 29 de dezembro de 1959, após mais de quatro anos de trabalhos, foi aberto ao público o ML. Todas as estações, à excepção do nó da Avenida, assinada por Rogério Ribeiro, tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Das 11 estações inauguradas, apenas Sete Rios, Entre Campos e Rotunda detinham um cais com 70 metros de comprimento, o que permitia acolher quatro carruagens. Todas os outros nós (Palhavã, São Sebastião e Parque no primeiro troço, Campo Pequeno, Saldanha e Picoas no segundo e Avenida e Restauradores no tronco comum) possuíam apenas um cais com 35 metros de comprimento, o suficiente para receber comboios de duas carruagens. O Parque de Material e Oficinas (PMO) situava-se em Sete Rios e era acedido através da estação da Palhavã. Os comboios que circulavam na rede tinham apenas duas carruagens. Nesta época, o ML tinha ao seu dispor 24 unidades da série ML7, construídas pela Sorefame, com a configuração motora-motora, e numeradas de A-1 a A-24.

Para uma melhor informação aos passageiros sobre o novo meio de transporte, foi produzida pela Tóbis, em 1959, por encomenda do ML, uma curta-metragem de divulgação, emitida não só na televisão como também nos cinemas da capital, na secção de “actualidades” (antes do filme principal).

Em maio de 1960 arrancaram as obras de prolongamento até à estação do Rossio, inaugurada em 27 de janeiro de 1963. A extensão inaugurada acrescentava 500 metros à rede do ML. O novo nó já tinha um cais com 70 metros de comprimento.

Três anos mais tarde, em 28 de setembro de 1966, foi aberta ao público uma nova extensão, desta vez entre o Rossio e os Anjos. A rede era aumentada em 1,5 quilómetros com a entrada em funcionamento de três novos nós: Socorro, Intendente e Anjos. Todas estas estações detinham um cais com 35 metros de comprimento.

Em 18 de junho de 1972 foi inaugurado o troço Anjos–Alvalade, que possuía cinco novas estações: Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade, todas dotadas de um cais com 70 metros de comprimento. Com este troço, a rede cresceu mais 3,4 quilómetros e possuía agora 20 nós, dos quais 19 tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Ao longo da década de 1970 começaram a ser ampliados os nós do ML. Em 1973 o cais da estação Entre Campos foi ampliado para 105 metros. Simultaneamente, foram instituídos os “comboios rápidos”, que faziam o percurso Sete Rios – Rotunda e Entre Campos – Rotunda sem parar nas estações intermédias. Todavia, a contestação fez o ML abolir esta medida rapidamente.

Mais tarde, quando em 1 de setembro de 1975 as estações São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente viram o seu cais ampliado para 70 metros de comprimento, o ML colocou em exploração, alternadamente, comboios de duas e quatro carruagens. Para evitar que os passageiros pudessem ficar retidos dentro do túnel nas carruagens que não podiam entrar nas estações ainda não ampliadas, por falta de espaço do cais, foram utilizadas “zebras”. Os locais marcados só serviam as estações maiores.

Também em 1975, ano em que ML obteve a sua nacionalização, ficou completa a entrega das 84 carruagens ML7 encomendadas logo na década de 1950. Entre 1963 e 1975 foram colocadas ao serviço mais 60 carruagens, numeradas de A-25 a A-84. No ano seguinte, um incêndio ocorrido num comboio de quatro carruagens na estação Arroios, fez cair a disponibilidade do parque de material circulante do ML para 80 carruagens. É de ressalvar que não se registou nenhum ferimento nem nenhuma perda humana neste incidente.

Mais tarde, em 1977 ficaram concluídos os trabalhos de alargamento para 105 metros do cais dos nós São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente. Enquanto as estações Avenida e Anjos passaram a deter um cais com 70 metros de comprimento também nesse ano, o mesmo veio a suceder com os nós Palhavã e Picoas em 1978, ano da passagem do ML a empresa pública, e com o do Campo Pequeno, em 1979. Em 1980 a Palhavã passava a poder receber comboios de seis carruagens.

Ao longo da década de 1980 foram arrancando novos prolongamentos, a começar pelo de Alvalade às Calvanas, em 1980. Mais tarde, foi também iniciada a frente de obra de Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, em 1982, e depois a das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte viria a arrancar a construção do empreendimento de Entre Campos ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de edificar um nó nas Calvanas. O PMO II começava também a ser construído perto do Campo Grande.

Em 1982 concluíram-se as obras de ampliação de todos os nós da rede. Assim sendo, os cais dos nós Campo Pequeno, Picoas, Avenida, e Anjos foram alargados para 105 metros depois de já terem sofrido uma intervenção alguns anos mais cedo. Por seu turno, as estações Parque e Socorro viram o seu cais alargado dos 35 para os 105 metros, de uma só vez. Desta forma, a exploração com comboios de duas carruagens cessou definitivamente a partir de 30 de novembro de 1982, razão pela qual agora circulavam somente comboios de quatro carruagens. Apesar de todas as estações poderem já receber comboios de quatro carruagens, os nós Sete Rios, Rotunda, Rossio, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade ainda não tinham um cais com 105 metros de comprimento, razão pela qual seriam alvo de futuras intervenções.

Em 1984 entraram em circulação 12 novas carruagens, agora da série ML79. A ventilação forçada foi introduzida e o indicador de destino melhorado.

Nesse mesmo ano verificaram-se alguns incidentes nos troços Sete Rios – Colégio Militar / Luz e Alvalade – Campo Grande, o que levou ao adiamento das datas de conclusão. Enquanto no primeiro caso a caracterização geológica do local foi deficiente, tanto que na estação das Laranjeiras acabou por se registar uma inundação, no segundo, o conflito gerou-se entre o Sporting e o ML, uma vez que a empresa de transporte acabou por construir a estação em terrenos do clube desportivo.

Desta forma, só em 14 de outubro de 1988 teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, com três novas estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar / Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas quatro estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais com 105 metros de extensão, tal como todos os futuros nós, e obedeciam também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao seu cais. A rede aumentava 3,8 quilómetros.

No ano seguinte ficava concluída a entrega das ML79. No total, dessa série, o ML recebeu mais 56 carruagens, que eram agora numeradas de M-101 a M-156.

Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER I), que previa os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado. Era também contemplada a desconexão do Y da Rotunda e a extensão ao Rato, bem como o alargamento à Pontinha e a construção do PMO III nesse local.

No ano de 1991, foram apresentados os protótipos da série ML90, numerados de M-201 a M-206. Eram então construídas as duas primeiras unidades triplas do ML, com a configuração motora-reboque-motora, tal como todas as seguintes, o que acrescentava em seis o futuro número de carruagens disponível. Note-se que apenas estas motoras possuem uma porta frontal à cabine de condução.

Em 3 de abril de 1993 abriu ao público a estação Campo Grande, na qual interveio plasticamente Eduardo Nery, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande. Com este prolongamento a rede do metropolitano cresceu 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entraram em exploração as duas unidades triplas ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier e já podem circular com ou sem o reboque.

Também em 1993 foi apresentado o PER II, destinado a servir a futura Expo’98. Previa-se que, até 1999, o ML deveria circular nas linhas:

Linha Azul: Pontinha – Terreiro do Paço;

Linha Amarela: Lumiar – Rato;

Linha Verde: Telheiras – Cais do Sodré;

Linha Vermelha: Moscavide – Alameda e Campolide – Estrela com ligação provisória à estação Rato.

O ano seguinte marcou a inauguração do PMO II, após mais de uma década de terraplanagens e construção. No dia 15 de julho de 1995, o sonho da desconexão do Y da Rotunda tornou-se realidade. Assim, o ML passava a explorar duas linhas autónomas: a Linha Azul, entre o Colégio Militar / Luz e o Campo Grande, via Rossio, e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e a Rotunda. Nesta intervenção, a antiga estação Rotunda, agora designada por Rotunda I, foi alargada para 105 metros.

Alguns dias mais tarde, abriu também ao público a renovada estação de Sete Rios, agora com um cais já de 105 metros. Em 1996 ficou concluída a entrega das ML90, com a recepção de mais 17 unidades triplas, ou 51 carruagens, numeradas de M-207 a M-257, com cores e materiais ligeiramente diferentes dos utilizados nos protótipos. Também nesse ano, mais concretamente a 23 de julho, o ML foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique.[4]

Em 18 de outubro de 1997 foi inaugurado o troço Colégio Militar / Luz – Pontinha, que adicionou à rede 1,6 quilómetros de extensão e duas novas estações: Carnide e Pontinha. Em 29 de dezembro do mesmo ano foi inaugurada a estação Rato. Entretanto, em 1997 foi recebido um novo lote de material circulante, agora denominado ML95, que acrescentou mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, ao parque do ML. Embora exteriormente estas novas carruagens tivessem um aspecto muito semelhante às ML90, no interior foram introduzidas algumas diferenças técnicas, como uma motorização diferente e um controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, ao invés do pneumático.

1998 marcou a conclusão de muitos dos projectos do ML. Logo em Março as designações de quatro estações foram alteradas:

Sete Rios → Jardim Zoológico

Palhavã → Praça de Espanha

Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II

Socorro → Martim Moniz

Em 18 de abril de 1998 foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré. Com este prolongamento, que trouxe também a ampliação do cais da estação Rossio para 105 metros, a rede cresceu 1,4 quilómetros. Sete dias mais tarde, foi aberta ao público a estação Baixa-Chiado I.

A Linha Vermelha foi inaugurada em 19 de maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98. O troço detinha uma extensão de cinco quilómetros e incluía sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais e Cabo Ruivo e Oriente.[nota 3] Juntamente com a inauguração do nó da Alameda II, a estação Alameda I viu também o seu cais ser alargado para 105 metros de comprimento. Em junho de 1998, nesta linha, que contava com um mecanismo automático de condução, circularam pela primeira vez composições de seis carruagens. Todavia, com o final da Expo’98, a Linha Vermelha passou a ser explorada com comboios de três carruagens. De forma a disponibilizar uma oferta que assegurasse o transporte de milhares de turistas à Expo’98 foram nessa época entregues mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, da série ML95. A nova série era numerada de M-301 a M-414. Com a abertura das estações Cabo Ruivo, em 18 de julho, Baixa-Chiado II, em 8 de agosto, e Olivais, em 7 de novembro, a rede comportava agora 40 estações.

Em 1999 foi inaugurado o PMO III, na Pontinha. Nesse ano entraram em circulação mais 54 carruagens de um novo lote de material circulante, denominado ML97 e composto por 18 unidades triplas articuladas. Esta nova série possibilitava a livre circulação entre carruagens, o que permitia um ligeiro incremento da capacidade de transporte de uma unidade tripla. Segundo o ML, nestas unidades triplas, o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação. O parque do ML ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens, 80 ML7, 54 ML79, 57 ML90, 114 ML95 e 54 ML97, o maior número atingido até hoje.

Em 2000 iniciou-se a exploração com composições de seis carruagens na Linha Azul e na Linha Amarela, o que originou o afastamento das ML7, dado que só comportavam quatro carruagens atreladas. Depois de 40 anos ao serviço, as duas primeiras carruagens desta série viriam a ser preservadas e restauradas. A quebra de oferta que se seguiu foi complementada com a entrada em circulação de um novo lote, denominado ML99, composto por 20 unidades triplas, ou seja, por 60 carruagens, numeradas de M-601 a M-660. Face à série anterior, os novos comboios possuem baterias que asseguram a iluminação e ventilação no caso de a corrente falhar e uma melhor insonorização. Entretanto, uma vez que em 2001 se começaram a verificar avarias constantes nas ML79, foi encomendado um segundo lote das ML99, constituído agora por 18 unidades triplas, ou por 54 carruagens, tendo em vista o afastamento das ML79. Assim sendo, em 2002, com a recepção do segundo lote das ML99, numerado de M-661 a M-714, e com a saída de circulação de todas as ML79, o número de carruagens do ML ficou estabilizado nas 339: 57 ML90, 114 ML95, 54 ML97 e 114 ML99. Todavia, uma vez que, ainda nesse ano, uma ML99 galgou uma protecção no PMO II, a sua inutilização fez na verdade cair a disponibilidade do parque de material circulante para 338 carruagens.

A extensão Campo Grande – Telheiras foi inaugurada em 2 de novembro de 2002. A entrada em funcionamento da estação Telheiras ampliou a rede em 600 metros.

Em 27 de março de 2004 foi inaugurado o troço Campo Grande – Odivelas, o que permitiu ao ML ultrapassar, pela primeira vez, as fronteiras de Lisboa. No total, a rede foi aumentada em cinco quilómetros e acrescentaram-se-lhe cinco novas estações: Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira, Senhor Roubado e Odivelas.

Quase dois meses mais tarde, em 15 de maio de 2004, foi inaugurado um novo troço, desta vez compreendido entre a Pontinha e a Amadora Este, com duas novas estações: Alfornelos e Amadora Este. A rede do ML cresceu mais 2,1 quilómetros e ficou com, aproximadamente, 38,5 quilómetros de extensão e 48 estações, quatro das quais duplas.

Enquanto em finais de 2004 passou a ser disponibilizado o tempo de espera para o próximo comboio na Linha Vermelha, em junho de 2006 o ML instalou rede telefónica celular em todas as estações. É justo salientar-se que foi um dos metropolitanos pioneiros no mundo nessa matéria. Esse ano ficou ainda marcado pelo alargamento do cais das estações Roma e Alvalade para 105 metros de comprimento.

Em 19 de dezembro de 2007 foram acrescentados 2,2 quilómetros à Linha Azul. O empreendimento Baixa-Chiado – Santa Apolónia permitiu a criação de mais duas estações: Terreiro do Paço e Santa Apolónia.

Mais tarde, em 29 de agosto de 2009 foi inaugurado o troço Alameda – São Sebastião, com duas novas estações: Saldanha II e São Sebastião II. Desta forma, a rede do ML aumentou 2,2 quilómetros e a Linha Vermelha passou a cruzar todas as restantes linhas. Por essa ocasião, passaram a circular nessa linha definitivamente comboios de seis carruagens e foi também desactivado o sistema de condução automático.


O Metropolitano de Lisboa, foi inaugurado em 29 de dezembro de 1959, tornando-se assim na primeira rede de metropolitano de Portugal.

Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa, à semelhança das que já existiam em Londres, Budapeste e Glasgow, e da que estava a ser construída em Paris. A ideia foi apresentada pelo engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha, que havia publicado na revista Obras Públicas e Minas o projeto de uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projetos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.

Após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país se manteve neutro, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de janeiro de 1948, que tinha como objetivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo na capital.

Em agosto de 1955 iniciou-se a construção dos troços Sete Rios – Rotunda (com 2,8 quilómetros de extensão) e Entre Campos – Rotunda (com 2,7 quilómetros de comprimento). Ambos se intersectavam na Rotunda, onde seria criado o famoso Y da Rotunda, de onde partia um tronco comum, Rotunda–Restauradores (com 1,1 quilómetros de percurso). Em 29 de dezembro de 1959, após mais de quatro anos de trabalhos, foi aberto ao público o ML. Todas as estações, à excepção do nó da Avenida, assinada por Rogério Ribeiro, tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Das 11 estações inauguradas, apenas Sete Rios, Entre Campos e Rotunda detinham um cais com 70 metros de comprimento, o que permitia acolher quatro carruagens. Todas os outros nós (Palhavã, São Sebastião e Parque no primeiro troço, Campo Pequeno, Saldanha e Picoas no segundo e Avenida e Restauradores no tronco comum) possuíam apenas um cais com 35 metros de comprimento, o suficiente para receber comboios de duas carruagens. O Parque de Material e Oficinas (PMO) situava-se em Sete Rios e era acedido através da estação da Palhavã. Os comboios que circulavam na rede tinham apenas duas carruagens. Nesta época, o ML tinha ao seu dispor 24 unidades da série ML7, construídas pela Sorefame, com a configuração motora-motora, e numeradas de A-1 a A-24.

Para uma melhor informação aos passageiros sobre o novo meio de transporte, foi produzida pela Tóbis, em 1959, por encomenda do ML, uma curta-metragem de divulgação, emitida não só na televisão como também nos cinemas da capital, na secção de “actualidades” (antes do filme principal).

Em maio de 1960 arrancaram as obras de prolongamento até à estação do Rossio, inaugurada em 27 de janeiro de 1963. A extensão inaugurada acrescentava 500 metros à rede do ML. O novo nó já tinha um cais com 70 metros de comprimento.

Três anos mais tarde, em 28 de setembro de 1966, foi aberta ao público uma nova extensão, desta vez entre o Rossio e os Anjos. A rede era aumentada em 1,5 quilómetros com a entrada em funcionamento de três novos nós: Socorro, Intendente e Anjos. Todas estas estações detinham um cais com 35 metros de comprimento.

Em 18 de junho de 1972 foi inaugurado o troço Anjos–Alvalade, que possuía cinco novas estações: Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade, todas dotadas de um cais com 70 metros de comprimento. Com este troço, a rede cresceu mais 3,4 quilómetros e possuía agora 20 nós, dos quais 19 tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Ao longo da década de 1970 começaram a ser ampliados os nós do ML. Em 1973 o cais da estação Entre Campos foi ampliado para 105 metros. Simultaneamente, foram instituídos os “comboios rápidos”, que faziam o percurso Sete Rios – Rotunda e Entre Campos – Rotunda sem parar nas estações intermédias. Todavia, a contestação fez o ML abolir esta medida rapidamente.

Mais tarde, quando em 1 de setembro de 1975 as estações São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente viram o seu cais ampliado para 70 metros de comprimento, o ML colocou em exploração, alternadamente, comboios de duas e quatro carruagens. Para evitar que os passageiros pudessem ficar retidos dentro do túnel nas carruagens que não podiam entrar nas estações ainda não ampliadas, por falta de espaço do cais, foram utilizadas “zebras”. Os locais marcados só serviam as estações maiores.

Também em 1975, ano em que ML obteve a sua nacionalização, ficou completa a entrega das 84 carruagens ML7 encomendadas logo na década de 1950. Entre 1963 e 1975 foram colocadas ao serviço mais 60 carruagens, numeradas de A-25 a A-84. No ano seguinte, um incêndio ocorrido num comboio de quatro carruagens na estação Arroios, fez cair a disponibilidade do parque de material circulante do ML para 80 carruagens. É de ressalvar que não se registou nenhum ferimento nem nenhuma perda humana neste incidente.

Mais tarde, em 1977 ficaram concluídos os trabalhos de alargamento para 105 metros do cais dos nós São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente. Enquanto as estações Avenida e Anjos passaram a deter um cais com 70 metros de comprimento também nesse ano, o mesmo veio a suceder com os nós Palhavã e Picoas em 1978, ano da passagem do ML a empresa pública, e com o do Campo Pequeno, em 1979. Em 1980 a Palhavã passava a poder receber comboios de seis carruagens.

Ao longo da década de 1980 foram arrancando novos prolongamentos, a começar pelo de Alvalade às Calvanas, em 1980. Mais tarde, foi também iniciada a frente de obra de Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, em 1982, e depois a das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte viria a arrancar a construção do empreendimento de Entre Campos ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de edificar um nó nas Calvanas. O PMO II começava também a ser construído perto do Campo Grande.

Em 1982 concluíram-se as obras de ampliação de todos os nós da rede. Assim sendo, os cais dos nós Campo Pequeno, Picoas, Avenida, e Anjos foram alargados para 105 metros depois de já terem sofrido uma intervenção alguns anos mais cedo. Por seu turno, as estações Parque e Socorro viram o seu cais alargado dos 35 para os 105 metros, de uma só vez. Desta forma, a exploração com comboios de duas carruagens cessou definitivamente a partir de 30 de novembro de 1982, razão pela qual agora circulavam somente comboios de quatro carruagens. Apesar de todas as estações poderem já receber comboios de quatro carruagens, os nós Sete Rios, Rotunda, Rossio, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade ainda não tinham um cais com 105 metros de comprimento, razão pela qual seriam alvo de futuras intervenções.

Em 1984 entraram em circulação 12 novas carruagens, agora da série ML79. A ventilação forçada foi introduzida e o indicador de destino melhorado.

Nesse mesmo ano verificaram-se alguns incidentes nos troços Sete Rios – Colégio Militar / Luz e Alvalade – Campo Grande, o que levou ao adiamento das datas de conclusão. Enquanto no primeiro caso a caracterização geológica do local foi deficiente, tanto que na estação das Laranjeiras acabou por se registar uma inundação, no segundo, o conflito gerou-se entre o Sporting e o ML, uma vez que a empresa de transporte acabou por construir a estação em terrenos do clube desportivo.

Desta forma, só em 14 de outubro de 1988 teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, com três novas estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar / Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas quatro estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais com 105 metros de extensão, tal como todos os futuros nós, e obedeciam também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao seu cais. A rede aumentava 3,8 quilómetros.

No ano seguinte ficava concluída a entrega das ML79. No total, dessa série, o ML recebeu mais 56 carruagens, que eram agora numeradas de M-101 a M-156.

Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER I), que previa os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado. Era também contemplada a desconexão do Y da Rotunda e a extensão ao Rato, bem como o alargamento à Pontinha e a construção do PMO III nesse local.

No ano de 1991, foram apresentados os protótipos da série ML90, numerados de M-201 a M-206. Eram então construídas as duas primeiras unidades triplas do ML, com a configuração motora-reboque-motora, tal como todas as seguintes, o que acrescentava em seis o futuro número de carruagens disponível. Note-se que apenas estas motoras possuem uma porta frontal à cabine de condução.

Em 3 de abril de 1993 abriu ao público a estação Campo Grande, na qual interveio plasticamente Eduardo Nery, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande. Com este prolongamento a rede do metropolitano cresceu 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entraram em exploração as duas unidades triplas ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier e já podem circular com ou sem o reboque.

Também em 1993 foi apresentado o PER II, destinado a servir a futura Expo’98. Previa-se que, até 1999, o ML deveria circular nas linhas:

Linha Azul: Pontinha – Terreiro do Paço;

Linha Amarela: Lumiar – Rato;

Linha Verde: Telheiras – Cais do Sodré;

Linha Vermelha: Moscavide – Alameda e Campolide – Estrela com ligação provisória à estação Rato.

O ano seguinte marcou a inauguração do PMO II, após mais de uma década de terraplanagens e construção. No dia 15 de julho de 1995, o sonho da desconexão do Y da Rotunda tornou-se realidade. Assim, o ML passava a explorar duas linhas autónomas: a Linha Azul, entre o Colégio Militar / Luz e o Campo Grande, via Rossio, e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e a Rotunda. Nesta intervenção, a antiga estação Rotunda, agora designada por Rotunda I, foi alargada para 105 metros.

Alguns dias mais tarde, abriu também ao público a renovada estação de Sete Rios, agora com um cais já de 105 metros. Em 1996 ficou concluída a entrega das ML90, com a recepção de mais 17 unidades triplas, ou 51 carruagens, numeradas de M-207 a M-257, com cores e materiais ligeiramente diferentes dos utilizados nos protótipos. Também nesse ano, mais concretamente a 23 de julho, o ML foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique.[4]

Em 18 de outubro de 1997 foi inaugurado o troço Colégio Militar / Luz – Pontinha, que adicionou à rede 1,6 quilómetros de extensão e duas novas estações: Carnide e Pontinha. Em 29 de dezembro do mesmo ano foi inaugurada a estação Rato. Entretanto, em 1997 foi recebido um novo lote de material circulante, agora denominado ML95, que acrescentou mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, ao parque do ML. Embora exteriormente estas novas carruagens tivessem um aspecto muito semelhante às ML90, no interior foram introduzidas algumas diferenças técnicas, como uma motorização diferente e um controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, ao invés do pneumático.

1998 marcou a conclusão de muitos dos projectos do ML. Logo em Março as designações de quatro estações foram alteradas:

Sete Rios → Jardim Zoológico

Palhavã → Praça de Espanha

Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II

Socorro → Martim Moniz

Em 18 de abril de 1998 foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré. Com este prolongamento, que trouxe também a ampliação do cais da estação Rossio para 105 metros, a rede cresceu 1,4 quilómetros. Sete dias mais tarde, foi aberta ao público a estação Baixa-Chiado I.

A Linha Vermelha foi inaugurada em 19 de maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98. O troço detinha uma extensão de cinco quilómetros e incluía sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais e Cabo Ruivo e Oriente.[nota 3] Juntamente com a inauguração do nó da Alameda II, a estação Alameda I viu também o seu cais ser alargado para 105 metros de comprimento. Em junho de 1998, nesta linha, que contava com um mecanismo automático de condução, circularam pela primeira vez composições de seis carruagens. Todavia, com o final da Expo’98, a Linha Vermelha passou a ser explorada com comboios de três carruagens. De forma a disponibilizar uma oferta que assegurasse o transporte de milhares de turistas à Expo’98 foram nessa época entregues mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, da série ML95. A nova série era numerada de M-301 a M-414. Com a abertura das estações Cabo Ruivo, em 18 de julho, Baixa-Chiado II, em 8 de agosto, e Olivais, em 7 de novembro, a rede comportava agora 40 estações.

Em 1999 foi inaugurado o PMO III, na Pontinha. Nesse ano entraram em circulação mais 54 carruagens de um novo lote de material circulante, denominado ML97 e composto por 18 unidades triplas articuladas. Esta nova série possibilitava a livre circulação entre carruagens, o que permitia um ligeiro incremento da capacidade de transporte de uma unidade tripla. Segundo o ML, nestas unidades triplas, o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação. O parque do ML ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens, 80 ML7, 54 ML79, 57 ML90, 114 ML95 e 54 ML97, o maior número atingido até hoje.

Em 2000 iniciou-se a exploração com composições de seis carruagens na Linha Azul e na Linha Amarela, o que originou o afastamento das ML7, dado que só comportavam quatro carruagens atreladas. Depois de 40 anos ao serviço, as duas primeiras carruagens desta série viriam a ser preservadas e restauradas. A quebra de oferta que se seguiu foi complementada com a entrada em circulação de um novo lote, denominado ML99, composto por 20 unidades triplas, ou seja, por 60 carruagens, numeradas de M-601 a M-660. Face à série anterior, os novos comboios possuem baterias que asseguram a iluminação e ventilação no caso de a corrente falhar e uma melhor insonorização. Entretanto, uma vez que em 2001 se começaram a verificar avarias constantes nas ML79, foi encomendado um segundo lote das ML99, constituído agora por 18 unidades triplas, ou por 54 carruagens, tendo em vista o afastamento das ML79. Assim sendo, em 2002, com a recepção do segundo lote das ML99, numerado de M-661 a M-714, e com a saída de circulação de todas as ML79, o número de carruagens do ML ficou estabilizado nas 339: 57 ML90, 114 ML95, 54 ML97 e 114 ML99. Todavia, uma vez que, ainda nesse ano, uma ML99 galgou uma protecção no PMO II, a sua inutilização fez na verdade cair a disponibilidade do parque de material circulante para 338 carruagens.

A extensão Campo Grande – Telheiras foi inaugurada em 2 de novembro de 2002. A entrada em funcionamento da estação Telheiras ampliou a rede em 600 metros.

Em 27 de março de 2004 foi inaugurado o troço Campo Grande – Odivelas, o que permitiu ao ML ultrapassar, pela primeira vez, as fronteiras de Lisboa. No total, a rede foi aumentada em cinco quilómetros e acrescentaram-se-lhe cinco novas estações: Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira, Senhor Roubado e Odivelas.

Quase dois meses mais tarde, em 15 de maio de 2004, foi inaugurado um novo troço, desta vez compreendido entre a Pontinha e a Amadora Este, com duas novas estações: Alfornelos e Amadora Este. A rede do ML cresceu mais 2,1 quilómetros e ficou com, aproximadamente, 38,5 quilómetros de extensão e 48 estações, quatro das quais duplas.

Enquanto em finais de 2004 passou a ser disponibilizado o tempo de espera para o próximo comboio na Linha Vermelha, em junho de 2006 o ML instalou rede telefónica celular em todas as estações. É justo salientar-se que foi um dos metropolitanos pioneiros no mundo nessa matéria. Esse ano ficou ainda marcado pelo alargamento do cais das estações Roma e Alvalade para 105 metros de comprimento.

Em 19 de dezembro de 2007 foram acrescentados 2,2 quilómetros à Linha Azul. O empreendimento Baixa-Chiado – Santa Apolónia permitiu a criação de mais duas estações: Terreiro do Paço e Santa Apolónia.

Mais tarde, em 29 de agosto de 2009 foi inaugurado o troço Alameda – São Sebastião, com duas novas estações: Saldanha II e São Sebastião II. Desta forma, a rede do ML aumentou 2,2 quilómetros e a Linha Vermelha passou a cruzar todas as restantes linhas. Por essa ocasião, passaram a circular nessa linha definitivamente comboios de seis carruagens e foi também desactivado o sistema de condução automático.


O Metropolitano de Lisboa, foi inaugurado em 29 de dezembro de 1959, tornando-se assim na primeira rede de metropolitano de Portugal.

Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa, à semelhança das que já existiam em Londres, Budapeste e Glasgow, e da que estava a ser construída em Paris. A ideia foi apresentada pelo engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha, que havia publicado na revista Obras Públicas e Minas o projeto de uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projetos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.

Após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país se manteve neutro, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de janeiro de 1948, que tinha como objetivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo na capital.

Em agosto de 1955 iniciou-se a construção dos troços Sete Rios – Rotunda (com 2,8 quilómetros de extensão) e Entre Campos – Rotunda (com 2,7 quilómetros de comprimento). Ambos se intersectavam na Rotunda, onde seria criado o famoso Y da Rotunda, de onde partia um tronco comum, Rotunda–Restauradores (com 1,1 quilómetros de percurso). Em 29 de dezembro de 1959, após mais de quatro anos de trabalhos, foi aberto ao público o ML. Todas as estações, à excepção do nó da Avenida, assinada por Rogério Ribeiro, tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Das 11 estações inauguradas, apenas Sete Rios, Entre Campos e Rotunda detinham um cais com 70 metros de comprimento, o que permitia acolher quatro carruagens. Todas os outros nós (Palhavã, São Sebastião e Parque no primeiro troço, Campo Pequeno, Saldanha e Picoas no segundo e Avenida e Restauradores no tronco comum) possuíam apenas um cais com 35 metros de comprimento, o suficiente para receber comboios de duas carruagens. O Parque de Material e Oficinas (PMO) situava-se em Sete Rios e era acedido através da estação da Palhavã. Os comboios que circulavam na rede tinham apenas duas carruagens. Nesta época, o ML tinha ao seu dispor 24 unidades da série ML7, construídas pela Sorefame, com a configuração motora-motora, e numeradas de A-1 a A-24.

Para uma melhor informação aos passageiros sobre o novo meio de transporte, foi produzida pela Tóbis, em 1959, por encomenda do ML, uma curta-metragem de divulgação, emitida não só na televisão como também nos cinemas da capital, na secção de “actualidades” (antes do filme principal).

Em maio de 1960 arrancaram as obras de prolongamento até à estação do Rossio, inaugurada em 27 de janeiro de 1963. A extensão inaugurada acrescentava 500 metros à rede do ML. O novo nó já tinha um cais com 70 metros de comprimento.

Três anos mais tarde, em 28 de setembro de 1966, foi aberta ao público uma nova extensão, desta vez entre o Rossio e os Anjos. A rede era aumentada em 1,5 quilómetros com a entrada em funcionamento de três novos nós: Socorro, Intendente e Anjos. Todas estas estações detinham um cais com 35 metros de comprimento.

Em 18 de junho de 1972 foi inaugurado o troço Anjos–Alvalade, que possuía cinco novas estações: Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade, todas dotadas de um cais com 70 metros de comprimento. Com este troço, a rede cresceu mais 3,4 quilómetros e possuía agora 20 nós, dos quais 19 tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Ao longo da década de 1970 começaram a ser ampliados os nós do ML. Em 1973 o cais da estação Entre Campos foi ampliado para 105 metros. Simultaneamente, foram instituídos os “comboios rápidos”, que faziam o percurso Sete Rios – Rotunda e Entre Campos – Rotunda sem parar nas estações intermédias. Todavia, a contestação fez o ML abolir esta medida rapidamente.

Mais tarde, quando em 1 de setembro de 1975 as estações São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente viram o seu cais ampliado para 70 metros de comprimento, o ML colocou em exploração, alternadamente, comboios de duas e quatro carruagens. Para evitar que os passageiros pudessem ficar retidos dentro do túnel nas carruagens que não podiam entrar nas estações ainda não ampliadas, por falta de espaço do cais, foram utilizadas “zebras”. Os locais marcados só serviam as estações maiores.

Também em 1975, ano em que ML obteve a sua nacionalização, ficou completa a entrega das 84 carruagens ML7 encomendadas logo na década de 1950. Entre 1963 e 1975 foram colocadas ao serviço mais 60 carruagens, numeradas de A-25 a A-84. No ano seguinte, um incêndio ocorrido num comboio de quatro carruagens na estação Arroios, fez cair a disponibilidade do parque de material circulante do ML para 80 carruagens. É de ressalvar que não se registou nenhum ferimento nem nenhuma perda humana neste incidente.

Mais tarde, em 1977 ficaram concluídos os trabalhos de alargamento para 105 metros do cais dos nós São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente. Enquanto as estações Avenida e Anjos passaram a deter um cais com 70 metros de comprimento também nesse ano, o mesmo veio a suceder com os nós Palhavã e Picoas em 1978, ano da passagem do ML a empresa pública, e com o do Campo Pequeno, em 1979. Em 1980 a Palhavã passava a poder receber comboios de seis carruagens.

Ao longo da década de 1980 foram arrancando novos prolongamentos, a começar pelo de Alvalade às Calvanas, em 1980. Mais tarde, foi também iniciada a frente de obra de Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, em 1982, e depois a das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte viria a arrancar a construção do empreendimento de Entre Campos ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de edificar um nó nas Calvanas. O PMO II começava também a ser construído perto do Campo Grande.

Em 1982 concluíram-se as obras de ampliação de todos os nós da rede. Assim sendo, os cais dos nós Campo Pequeno, Picoas, Avenida, e Anjos foram alargados para 105 metros depois de já terem sofrido uma intervenção alguns anos mais cedo. Por seu turno, as estações Parque e Socorro viram o seu cais alargado dos 35 para os 105 metros, de uma só vez. Desta forma, a exploração com comboios de duas carruagens cessou definitivamente a partir de 30 de novembro de 1982, razão pela qual agora circulavam somente comboios de quatro carruagens. Apesar de todas as estações poderem já receber comboios de quatro carruagens, os nós Sete Rios, Rotunda, Rossio, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade ainda não tinham um cais com 105 metros de comprimento, razão pela qual seriam alvo de futuras intervenções.

Em 1984 entraram em circulação 12 novas carruagens, agora da série ML79. A ventilação forçada foi introduzida e o indicador de destino melhorado.

Nesse mesmo ano verificaram-se alguns incidentes nos troços Sete Rios – Colégio Militar / Luz e Alvalade – Campo Grande, o que levou ao adiamento das datas de conclusão. Enquanto no primeiro caso a caracterização geológica do local foi deficiente, tanto que na estação das Laranjeiras acabou por se registar uma inundação, no segundo, o conflito gerou-se entre o Sporting e o ML, uma vez que a empresa de transporte acabou por construir a estação em terrenos do clube desportivo.

Desta forma, só em 14 de outubro de 1988 teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, com três novas estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar / Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas quatro estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais com 105 metros de extensão, tal como todos os futuros nós, e obedeciam também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao seu cais. A rede aumentava 3,8 quilómetros.

No ano seguinte ficava concluída a entrega das ML79. No total, dessa série, o ML recebeu mais 56 carruagens, que eram agora numeradas de M-101 a M-156.

Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER I), que previa os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado. Era também contemplada a desconexão do Y da Rotunda e a extensão ao Rato, bem como o alargamento à Pontinha e a construção do PMO III nesse local.

No ano de 1991, foram apresentados os protótipos da série ML90, numerados de M-201 a M-206. Eram então construídas as duas primeiras unidades triplas do ML, com a configuração motora-reboque-motora, tal como todas as seguintes, o que acrescentava em seis o futuro número de carruagens disponível. Note-se que apenas estas motoras possuem uma porta frontal à cabine de condução.

Em 3 de abril de 1993 abriu ao público a estação Campo Grande, na qual interveio plasticamente Eduardo Nery, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande. Com este prolongamento a rede do metropolitano cresceu 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entraram em exploração as duas unidades triplas ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier e já podem circular com ou sem o reboque.

Também em 1993 foi apresentado o PER II, destinado a servir a futura Expo’98. Previa-se que, até 1999, o ML deveria circular nas linhas:

Linha Azul: Pontinha – Terreiro do Paço;

Linha Amarela: Lumiar – Rato;

Linha Verde: Telheiras – Cais do Sodré;

Linha Vermelha: Moscavide – Alameda e Campolide – Estrela com ligação provisória à estação Rato.

O ano seguinte marcou a inauguração do PMO II, após mais de uma década de terraplanagens e construção. No dia 15 de julho de 1995, o sonho da desconexão do Y da Rotunda tornou-se realidade. Assim, o ML passava a explorar duas linhas autónomas: a Linha Azul, entre o Colégio Militar / Luz e o Campo Grande, via Rossio, e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e a Rotunda. Nesta intervenção, a antiga estação Rotunda, agora designada por Rotunda I, foi alargada para 105 metros.

Alguns dias mais tarde, abriu também ao público a renovada estação de Sete Rios, agora com um cais já de 105 metros. Em 1996 ficou concluída a entrega das ML90, com a recepção de mais 17 unidades triplas, ou 51 carruagens, numeradas de M-207 a M-257, com cores e materiais ligeiramente diferentes dos utilizados nos protótipos. Também nesse ano, mais concretamente a 23 de julho, o ML foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique.[4]

Em 18 de outubro de 1997 foi inaugurado o troço Colégio Militar / Luz – Pontinha, que adicionou à rede 1,6 quilómetros de extensão e duas novas estações: Carnide e Pontinha. Em 29 de dezembro do mesmo ano foi inaugurada a estação Rato. Entretanto, em 1997 foi recebido um novo lote de material circulante, agora denominado ML95, que acrescentou mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, ao parque do ML. Embora exteriormente estas novas carruagens tivessem um aspecto muito semelhante às ML90, no interior foram introduzidas algumas diferenças técnicas, como uma motorização diferente e um controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, ao invés do pneumático.

1998 marcou a conclusão de muitos dos projectos do ML. Logo em Março as designações de quatro estações foram alteradas:

Sete Rios → Jardim Zoológico

Palhavã → Praça de Espanha

Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II

Socorro → Martim Moniz

Em 18 de abril de 1998 foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré. Com este prolongamento, que trouxe também a ampliação do cais da estação Rossio para 105 metros, a rede cresceu 1,4 quilómetros. Sete dias mais tarde, foi aberta ao público a estação Baixa-Chiado I.

A Linha Vermelha foi inaugurada em 19 de maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98. O troço detinha uma extensão de cinco quilómetros e incluía sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais e Cabo Ruivo e Oriente.[nota 3] Juntamente com a inauguração do nó da Alameda II, a estação Alameda I viu também o seu cais ser alargado para 105 metros de comprimento. Em junho de 1998, nesta linha, que contava com um mecanismo automático de condução, circularam pela primeira vez composições de seis carruagens. Todavia, com o final da Expo’98, a Linha Vermelha passou a ser explorada com comboios de três carruagens. De forma a disponibilizar uma oferta que assegurasse o transporte de milhares de turistas à Expo’98 foram nessa época entregues mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, da série ML95. A nova série era numerada de M-301 a M-414. Com a abertura das estações Cabo Ruivo, em 18 de julho, Baixa-Chiado II, em 8 de agosto, e Olivais, em 7 de novembro, a rede comportava agora 40 estações.

Em 1999 foi inaugurado o PMO III, na Pontinha. Nesse ano entraram em circulação mais 54 carruagens de um novo lote de material circulante, denominado ML97 e composto por 18 unidades triplas articuladas. Esta nova série possibilitava a livre circulação entre carruagens, o que permitia um ligeiro incremento da capacidade de transporte de uma unidade tripla. Segundo o ML, nestas unidades triplas, o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação. O parque do ML ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens, 80 ML7, 54 ML79, 57 ML90, 114 ML95 e 54 ML97, o maior número atingido até hoje.

Em 2000 iniciou-se a exploração com composições de seis carruagens na Linha Azul e na Linha Amarela, o que originou o afastamento das ML7, dado que só comportavam quatro carruagens atreladas. Depois de 40 anos ao serviço, as duas primeiras carruagens desta série viriam a ser preservadas e restauradas. A quebra de oferta que se seguiu foi complementada com a entrada em circulação de um novo lote, denominado ML99, composto por 20 unidades triplas, ou seja, por 60 carruagens, numeradas de M-601 a M-660. Face à série anterior, os novos comboios possuem baterias que asseguram a iluminação e ventilação no caso de a corrente falhar e uma melhor insonorização. Entretanto, uma vez que em 2001 se começaram a verificar avarias constantes nas ML79, foi encomendado um segundo lote das ML99, constituído agora por 18 unidades triplas, ou por 54 carruagens, tendo em vista o afastamento das ML79. Assim sendo, em 2002, com a recepção do segundo lote das ML99, numerado de M-661 a M-714, e com a saída de circulação de todas as ML79, o número de carruagens do ML ficou estabilizado nas 339: 57 ML90, 114 ML95, 54 ML97 e 114 ML99. Todavia, uma vez que, ainda nesse ano, uma ML99 galgou uma protecção no PMO II, a sua inutilização fez na verdade cair a disponibilidade do parque de material circulante para 338 carruagens.

A extensão Campo Grande – Telheiras foi inaugurada em 2 de novembro de 2002. A entrada em funcionamento da estação Telheiras ampliou a rede em 600 metros.

Em 27 de março de 2004 foi inaugurado o troço Campo Grande – Odivelas, o que permitiu ao ML ultrapassar, pela primeira vez, as fronteiras de Lisboa. No total, a rede foi aumentada em cinco quilómetros e acrescentaram-se-lhe cinco novas estações: Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira, Senhor Roubado e Odivelas.

Quase dois meses mais tarde, em 15 de maio de 2004, foi inaugurado um novo troço, desta vez compreendido entre a Pontinha e a Amadora Este, com duas novas estações: Alfornelos e Amadora Este. A rede do ML cresceu mais 2,1 quilómetros e ficou com, aproximadamente, 38,5 quilómetros de extensão e 48 estações, quatro das quais duplas.

Enquanto em finais de 2004 passou a ser disponibilizado o tempo de espera para o próximo comboio na Linha Vermelha, em junho de 2006 o ML instalou rede telefónica celular em todas as estações. É justo salientar-se que foi um dos metropolitanos pioneiros no mundo nessa matéria. Esse ano ficou ainda marcado pelo alargamento do cais das estações Roma e Alvalade para 105 metros de comprimento.

Em 19 de dezembro de 2007 foram acrescentados 2,2 quilómetros à Linha Azul. O empreendimento Baixa-Chiado – Santa Apolónia permitiu a criação de mais duas estações: Terreiro do Paço e Santa Apolónia.

Mais tarde, em 29 de agosto de 2009 foi inaugurado o troço Alameda – São Sebastião, com duas novas estações: Saldanha II e São Sebastião II. Desta forma, a rede do ML aumentou 2,2 quilómetros e a Linha Vermelha passou a cruzar todas as restantes linhas. Por essa ocasião, passaram a circular nessa linha definitivamente comboios de seis carruagens e foi também desactivado o sistema de condução automático.


O Metropolitano de Lisboa, foi inaugurado em 29 de dezembro de 1959, tornando-se assim na primeira rede de metropolitano de Portugal.

Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa, à semelhança das que já existiam em Londres, Budapeste e Glasgow, e da que estava a ser construída em Paris. A ideia foi apresentada pelo engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha, que havia publicado na revista Obras Públicas e Minas o projeto de uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projetos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.

Após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país se manteve neutro, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de janeiro de 1948, que tinha como objetivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo na capital.

Em agosto de 1955 iniciou-se a construção dos troços Sete Rios – Rotunda (com 2,8 quilómetros de extensão) e Entre Campos – Rotunda (com 2,7 quilómetros de comprimento). Ambos se intersectavam na Rotunda, onde seria criado o famoso Y da Rotunda, de onde partia um tronco comum, Rotunda–Restauradores (com 1,1 quilómetros de percurso). Em 29 de dezembro de 1959, após mais de quatro anos de trabalhos, foi aberto ao público o ML. Todas as estações, à excepção do nó da Avenida, assinada por Rogério Ribeiro, tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Das 11 estações inauguradas, apenas Sete Rios, Entre Campos e Rotunda detinham um cais com 70 metros de comprimento, o que permitia acolher quatro carruagens. Todas os outros nós (Palhavã, São Sebastião e Parque no primeiro troço, Campo Pequeno, Saldanha e Picoas no segundo e Avenida e Restauradores no tronco comum) possuíam apenas um cais com 35 metros de comprimento, o suficiente para receber comboios de duas carruagens. O Parque de Material e Oficinas (PMO) situava-se em Sete Rios e era acedido através da estação da Palhavã. Os comboios que circulavam na rede tinham apenas duas carruagens. Nesta época, o ML tinha ao seu dispor 24 unidades da série ML7, construídas pela Sorefame, com a configuração motora-motora, e numeradas de A-1 a A-24.

Para uma melhor informação aos passageiros sobre o novo meio de transporte, foi produzida pela Tóbis, em 1959, por encomenda do ML, uma curta-metragem de divulgação, emitida não só na televisão como também nos cinemas da capital, na secção de “actualidades” (antes do filme principal).

Em maio de 1960 arrancaram as obras de prolongamento até à estação do Rossio, inaugurada em 27 de janeiro de 1963. A extensão inaugurada acrescentava 500 metros à rede do ML. O novo nó já tinha um cais com 70 metros de comprimento.

Três anos mais tarde, em 28 de setembro de 1966, foi aberta ao público uma nova extensão, desta vez entre o Rossio e os Anjos. A rede era aumentada em 1,5 quilómetros com a entrada em funcionamento de três novos nós: Socorro, Intendente e Anjos. Todas estas estações detinham um cais com 35 metros de comprimento.

Em 18 de junho de 1972 foi inaugurado o troço Anjos–Alvalade, que possuía cinco novas estações: Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade, todas dotadas de um cais com 70 metros de comprimento. Com este troço, a rede cresceu mais 3,4 quilómetros e possuía agora 20 nós, dos quais 19 tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Ao longo da década de 1970 começaram a ser ampliados os nós do ML. Em 1973 o cais da estação Entre Campos foi ampliado para 105 metros. Simultaneamente, foram instituídos os “comboios rápidos”, que faziam o percurso Sete Rios – Rotunda e Entre Campos – Rotunda sem parar nas estações intermédias. Todavia, a contestação fez o ML abolir esta medida rapidamente.

Mais tarde, quando em 1 de setembro de 1975 as estações São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente viram o seu cais ampliado para 70 metros de comprimento, o ML colocou em exploração, alternadamente, comboios de duas e quatro carruagens. Para evitar que os passageiros pudessem ficar retidos dentro do túnel nas carruagens que não podiam entrar nas estações ainda não ampliadas, por falta de espaço do cais, foram utilizadas “zebras”. Os locais marcados só serviam as estações maiores.

Também em 1975, ano em que ML obteve a sua nacionalização, ficou completa a entrega das 84 carruagens ML7 encomendadas logo na década de 1950. Entre 1963 e 1975 foram colocadas ao serviço mais 60 carruagens, numeradas de A-25 a A-84. No ano seguinte, um incêndio ocorrido num comboio de quatro carruagens na estação Arroios, fez cair a disponibilidade do parque de material circulante do ML para 80 carruagens. É de ressalvar que não se registou nenhum ferimento nem nenhuma perda humana neste incidente.

Mais tarde, em 1977 ficaram concluídos os trabalhos de alargamento para 105 metros do cais dos nós São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente. Enquanto as estações Avenida e Anjos passaram a deter um cais com 70 metros de comprimento também nesse ano, o mesmo veio a suceder com os nós Palhavã e Picoas em 1978, ano da passagem do ML a empresa pública, e com o do Campo Pequeno, em 1979. Em 1980 a Palhavã passava a poder receber comboios de seis carruagens.

Ao longo da década de 1980 foram arrancando novos prolongamentos, a começar pelo de Alvalade às Calvanas, em 1980. Mais tarde, foi também iniciada a frente de obra de Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, em 1982, e depois a das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte viria a arrancar a construção do empreendimento de Entre Campos ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de edificar um nó nas Calvanas. O PMO II começava também a ser construído perto do Campo Grande.

Em 1982 concluíram-se as obras de ampliação de todos os nós da rede. Assim sendo, os cais dos nós Campo Pequeno, Picoas, Avenida, e Anjos foram alargados para 105 metros depois de já terem sofrido uma intervenção alguns anos mais cedo. Por seu turno, as estações Parque e Socorro viram o seu cais alargado dos 35 para os 105 metros, de uma só vez. Desta forma, a exploração com comboios de duas carruagens cessou definitivamente a partir de 30 de novembro de 1982, razão pela qual agora circulavam somente comboios de quatro carruagens. Apesar de todas as estações poderem já receber comboios de quatro carruagens, os nós Sete Rios, Rotunda, Rossio, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade ainda não tinham um cais com 105 metros de comprimento, razão pela qual seriam alvo de futuras intervenções.

Em 1984 entraram em circulação 12 novas carruagens, agora da série ML79. A ventilação forçada foi introduzida e o indicador de destino melhorado.

Nesse mesmo ano verificaram-se alguns incidentes nos troços Sete Rios – Colégio Militar / Luz e Alvalade – Campo Grande, o que levou ao adiamento das datas de conclusão. Enquanto no primeiro caso a caracterização geológica do local foi deficiente, tanto que na estação das Laranjeiras acabou por se registar uma inundação, no segundo, o conflito gerou-se entre o Sporting e o ML, uma vez que a empresa de transporte acabou por construir a estação em terrenos do clube desportivo.

Desta forma, só em 14 de outubro de 1988 teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, com três novas estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar / Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas quatro estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais com 105 metros de extensão, tal como todos os futuros nós, e obedeciam também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao seu cais. A rede aumentava 3,8 quilómetros.

No ano seguinte ficava concluída a entrega das ML79. No total, dessa série, o ML recebeu mais 56 carruagens, que eram agora numeradas de M-101 a M-156.

Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER I), que previa os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado. Era também contemplada a desconexão do Y da Rotunda e a extensão ao Rato, bem como o alargamento à Pontinha e a construção do PMO III nesse local.

No ano de 1991, foram apresentados os protótipos da série ML90, numerados de M-201 a M-206. Eram então construídas as duas primeiras unidades triplas do ML, com a configuração motora-reboque-motora, tal como todas as seguintes, o que acrescentava em seis o futuro número de carruagens disponível. Note-se que apenas estas motoras possuem uma porta frontal à cabine de condução.

Em 3 de abril de 1993 abriu ao público a estação Campo Grande, na qual interveio plasticamente Eduardo Nery, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande. Com este prolongamento a rede do metropolitano cresceu 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entraram em exploração as duas unidades triplas ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier e já podem circular com ou sem o reboque.

Também em 1993 foi apresentado o PER II, destinado a servir a futura Expo’98. Previa-se que, até 1999, o ML deveria circular nas linhas:

Linha Azul: Pontinha – Terreiro do Paço;

Linha Amarela: Lumiar – Rato;

Linha Verde: Telheiras – Cais do Sodré;

Linha Vermelha: Moscavide – Alameda e Campolide – Estrela com ligação provisória à estação Rato.

O ano seguinte marcou a inauguração do PMO II, após mais de uma década de terraplanagens e construção. No dia 15 de julho de 1995, o sonho da desconexão do Y da Rotunda tornou-se realidade. Assim, o ML passava a explorar duas linhas autónomas: a Linha Azul, entre o Colégio Militar / Luz e o Campo Grande, via Rossio, e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e a Rotunda. Nesta intervenção, a antiga estação Rotunda, agora designada por Rotunda I, foi alargada para 105 metros.

Alguns dias mais tarde, abriu também ao público a renovada estação de Sete Rios, agora com um cais já de 105 metros. Em 1996 ficou concluída a entrega das ML90, com a recepção de mais 17 unidades triplas, ou 51 carruagens, numeradas de M-207 a M-257, com cores e materiais ligeiramente diferentes dos utilizados nos protótipos. Também nesse ano, mais concretamente a 23 de julho, o ML foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique.[4]

Em 18 de outubro de 1997 foi inaugurado o troço Colégio Militar / Luz – Pontinha, que adicionou à rede 1,6 quilómetros de extensão e duas novas estações: Carnide e Pontinha. Em 29 de dezembro do mesmo ano foi inaugurada a estação Rato. Entretanto, em 1997 foi recebido um novo lote de material circulante, agora denominado ML95, que acrescentou mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, ao parque do ML. Embora exteriormente estas novas carruagens tivessem um aspecto muito semelhante às ML90, no interior foram introduzidas algumas diferenças técnicas, como uma motorização diferente e um controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, ao invés do pneumático.

1998 marcou a conclusão de muitos dos projectos do ML. Logo em Março as designações de quatro estações foram alteradas:

Sete Rios → Jardim Zoológico

Palhavã → Praça de Espanha

Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II

Socorro → Martim Moniz

Em 18 de abril de 1998 foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré. Com este prolongamento, que trouxe também a ampliação do cais da estação Rossio para 105 metros, a rede cresceu 1,4 quilómetros. Sete dias mais tarde, foi aberta ao público a estação Baixa-Chiado I.

A Linha Vermelha foi inaugurada em 19 de maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98. O troço detinha uma extensão de cinco quilómetros e incluía sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais e Cabo Ruivo e Oriente.[nota 3] Juntamente com a inauguração do nó da Alameda II, a estação Alameda I viu também o seu cais ser alargado para 105 metros de comprimento. Em junho de 1998, nesta linha, que contava com um mecanismo automático de condução, circularam pela primeira vez composições de seis carruagens. Todavia, com o final da Expo’98, a Linha Vermelha passou a ser explorada com comboios de três carruagens. De forma a disponibilizar uma oferta que assegurasse o transporte de milhares de turistas à Expo’98 foram nessa época entregues mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, da série ML95. A nova série era numerada de M-301 a M-414. Com a abertura das estações Cabo Ruivo, em 18 de julho, Baixa-Chiado II, em 8 de agosto, e Olivais, em 7 de novembro, a rede comportava agora 40 estações.

Em 1999 foi inaugurado o PMO III, na Pontinha. Nesse ano entraram em circulação mais 54 carruagens de um novo lote de material circulante, denominado ML97 e composto por 18 unidades triplas articuladas. Esta nova série possibilitava a livre circulação entre carruagens, o que permitia um ligeiro incremento da capacidade de transporte de uma unidade tripla. Segundo o ML, nestas unidades triplas, o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação. O parque do ML ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens, 80 ML7, 54 ML79, 57 ML90, 114 ML95 e 54 ML97, o maior número atingido até hoje.

Em 2000 iniciou-se a exploração com composições de seis carruagens na Linha Azul e na Linha Amarela, o que originou o afastamento das ML7, dado que só comportavam quatro carruagens atreladas. Depois de 40 anos ao serviço, as duas primeiras carruagens desta série viriam a ser preservadas e restauradas. A quebra de oferta que se seguiu foi complementada com a entrada em circulação de um novo lote, denominado ML99, composto por 20 unidades triplas, ou seja, por 60 carruagens, numeradas de M-601 a M-660. Face à série anterior, os novos comboios possuem baterias que asseguram a iluminação e ventilação no caso de a corrente falhar e uma melhor insonorização. Entretanto, uma vez que em 2001 se começaram a verificar avarias constantes nas ML79, foi encomendado um segundo lote das ML99, constituído agora por 18 unidades triplas, ou por 54 carruagens, tendo em vista o afastamento das ML79. Assim sendo, em 2002, com a recepção do segundo lote das ML99, numerado de M-661 a M-714, e com a saída de circulação de todas as ML79, o número de carruagens do ML ficou estabilizado nas 339: 57 ML90, 114 ML95, 54 ML97 e 114 ML99. Todavia, uma vez que, ainda nesse ano, uma ML99 galgou uma protecção no PMO II, a sua inutilização fez na verdade cair a disponibilidade do parque de material circulante para 338 carruagens.

A extensão Campo Grande – Telheiras foi inaugurada em 2 de novembro de 2002. A entrada em funcionamento da estação Telheiras ampliou a rede em 600 metros.

Em 27 de março de 2004 foi inaugurado o troço Campo Grande – Odivelas, o que permitiu ao ML ultrapassar, pela primeira vez, as fronteiras de Lisboa. No total, a rede foi aumentada em cinco quilómetros e acrescentaram-se-lhe cinco novas estações: Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira, Senhor Roubado e Odivelas.

Quase dois meses mais tarde, em 15 de maio de 2004, foi inaugurado um novo troço, desta vez compreendido entre a Pontinha e a Amadora Este, com duas novas estações: Alfornelos e Amadora Este. A rede do ML cresceu mais 2,1 quilómetros e ficou com, aproximadamente, 38,5 quilómetros de extensão e 48 estações, quatro das quais duplas.

Enquanto em finais de 2004 passou a ser disponibilizado o tempo de espera para o próximo comboio na Linha Vermelha, em junho de 2006 o ML instalou rede telefónica celular em todas as estações. É justo salientar-se que foi um dos metropolitanos pioneiros no mundo nessa matéria. Esse ano ficou ainda marcado pelo alargamento do cais das estações Roma e Alvalade para 105 metros de comprimento.

Em 19 de dezembro de 2007 foram acrescentados 2,2 quilómetros à Linha Azul. O empreendimento Baixa-Chiado – Santa Apolónia permitiu a criação de mais duas estações: Terreiro do Paço e Santa Apolónia.

Mais tarde, em 29 de agosto de 2009 foi inaugurado o troço Alameda – São Sebastião, com duas novas estações: Saldanha II e São Sebastião II. Desta forma, a rede do ML aumentou 2,2 quilómetros e a Linha Vermelha passou a cruzar todas as restantes linhas. Por essa ocasião, passaram a circular nessa linha definitivamente comboios de seis carruagens e foi também desactivado o sistema de condução automático.


O Metropolitano de Lisboa, foi inaugurado em 29 de dezembro de 1959, tornando-se assim na primeira rede de metropolitano de Portugal.

Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa, à semelhança das que já existiam em Londres, Budapeste e Glasgow, e da que estava a ser construída em Paris. A ideia foi apresentada pelo engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha, que havia publicado na revista Obras Públicas e Minas o projeto de uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projetos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.

Após a Segunda Guerra Mundial, na qual o país se manteve neutro, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de janeiro de 1948, que tinha como objetivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo na capital.

Em agosto de 1955 iniciou-se a construção dos troços Sete Rios – Rotunda (com 2,8 quilómetros de extensão) e Entre Campos – Rotunda (com 2,7 quilómetros de comprimento). Ambos se intersectavam na Rotunda, onde seria criado o famoso Y da Rotunda, de onde partia um tronco comum, Rotunda–Restauradores (com 1,1 quilómetros de percurso). Em 29 de dezembro de 1959, após mais de quatro anos de trabalhos, foi aberto ao público o ML. Todas as estações, à excepção do nó da Avenida, assinada por Rogério Ribeiro, tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Das 11 estações inauguradas, apenas Sete Rios, Entre Campos e Rotunda detinham um cais com 70 metros de comprimento, o que permitia acolher quatro carruagens. Todas os outros nós (Palhavã, São Sebastião e Parque no primeiro troço, Campo Pequeno, Saldanha e Picoas no segundo e Avenida e Restauradores no tronco comum) possuíam apenas um cais com 35 metros de comprimento, o suficiente para receber comboios de duas carruagens. O Parque de Material e Oficinas (PMO) situava-se em Sete Rios e era acedido através da estação da Palhavã. Os comboios que circulavam na rede tinham apenas duas carruagens. Nesta época, o ML tinha ao seu dispor 24 unidades da série ML7, construídas pela Sorefame, com a configuração motora-motora, e numeradas de A-1 a A-24.

Para uma melhor informação aos passageiros sobre o novo meio de transporte, foi produzida pela Tóbis, em 1959, por encomenda do ML, uma curta-metragem de divulgação, emitida não só na televisão como também nos cinemas da capital, na secção de “actualidades” (antes do filme principal).

Em maio de 1960 arrancaram as obras de prolongamento até à estação do Rossio, inaugurada em 27 de janeiro de 1963. A extensão inaugurada acrescentava 500 metros à rede do ML. O novo nó já tinha um cais com 70 metros de comprimento.

Três anos mais tarde, em 28 de setembro de 1966, foi aberta ao público uma nova extensão, desta vez entre o Rossio e os Anjos. A rede era aumentada em 1,5 quilómetros com a entrada em funcionamento de três novos nós: Socorro, Intendente e Anjos. Todas estas estações detinham um cais com 35 metros de comprimento.

Em 18 de junho de 1972 foi inaugurado o troço Anjos–Alvalade, que possuía cinco novas estações: Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade, todas dotadas de um cais com 70 metros de comprimento. Com este troço, a rede cresceu mais 3,4 quilómetros e possuía agora 20 nós, dos quais 19 tinham intervenções plásticas de Maria Keil.

Ao longo da década de 1970 começaram a ser ampliados os nós do ML. Em 1973 o cais da estação Entre Campos foi ampliado para 105 metros. Simultaneamente, foram instituídos os “comboios rápidos”, que faziam o percurso Sete Rios – Rotunda e Entre Campos – Rotunda sem parar nas estações intermédias. Todavia, a contestação fez o ML abolir esta medida rapidamente.

Mais tarde, quando em 1 de setembro de 1975 as estações São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente viram o seu cais ampliado para 70 metros de comprimento, o ML colocou em exploração, alternadamente, comboios de duas e quatro carruagens. Para evitar que os passageiros pudessem ficar retidos dentro do túnel nas carruagens que não podiam entrar nas estações ainda não ampliadas, por falta de espaço do cais, foram utilizadas “zebras”. Os locais marcados só serviam as estações maiores.

Também em 1975, ano em que ML obteve a sua nacionalização, ficou completa a entrega das 84 carruagens ML7 encomendadas logo na década de 1950. Entre 1963 e 1975 foram colocadas ao serviço mais 60 carruagens, numeradas de A-25 a A-84. No ano seguinte, um incêndio ocorrido num comboio de quatro carruagens na estação Arroios, fez cair a disponibilidade do parque de material circulante do ML para 80 carruagens. É de ressalvar que não se registou nenhum ferimento nem nenhuma perda humana neste incidente.

Mais tarde, em 1977 ficaram concluídos os trabalhos de alargamento para 105 metros do cais dos nós São Sebastião, Saldanha, Restauradores e Intendente. Enquanto as estações Avenida e Anjos passaram a deter um cais com 70 metros de comprimento também nesse ano, o mesmo veio a suceder com os nós Palhavã e Picoas em 1978, ano da passagem do ML a empresa pública, e com o do Campo Pequeno, em 1979. Em 1980 a Palhavã passava a poder receber comboios de seis carruagens.

Ao longo da década de 1980 foram arrancando novos prolongamentos, a começar pelo de Alvalade às Calvanas, em 1980. Mais tarde, foi também iniciada a frente de obra de Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, em 1982, e depois a das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte viria a arrancar a construção do empreendimento de Entre Campos ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de edificar um nó nas Calvanas. O PMO II começava também a ser construído perto do Campo Grande.

Em 1982 concluíram-se as obras de ampliação de todos os nós da rede. Assim sendo, os cais dos nós Campo Pequeno, Picoas, Avenida, e Anjos foram alargados para 105 metros depois de já terem sofrido uma intervenção alguns anos mais cedo. Por seu turno, as estações Parque e Socorro viram o seu cais alargado dos 35 para os 105 metros, de uma só vez. Desta forma, a exploração com comboios de duas carruagens cessou definitivamente a partir de 30 de novembro de 1982, razão pela qual agora circulavam somente comboios de quatro carruagens. Apesar de todas as estações poderem já receber comboios de quatro carruagens, os nós Sete Rios, Rotunda, Rossio, Arroios, Alameda, Areeiro, Roma e Alvalade ainda não tinham um cais com 105 metros de comprimento, razão pela qual seriam alvo de futuras intervenções.

Em 1984 entraram em circulação 12 novas carruagens, agora da série ML79. A ventilação forçada foi introduzida e o indicador de destino melhorado.

Nesse mesmo ano verificaram-se alguns incidentes nos troços Sete Rios – Colégio Militar / Luz e Alvalade – Campo Grande, o que levou ao adiamento das datas de conclusão. Enquanto no primeiro caso a caracterização geológica do local foi deficiente, tanto que na estação das Laranjeiras acabou por se registar uma inundação, no segundo, o conflito gerou-se entre o Sporting e o ML, uma vez que a empresa de transporte acabou por construir a estação em terrenos do clube desportivo.

Desta forma, só em 14 de outubro de 1988 teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios ao Colégio Militar / Luz, com três novas estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar / Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro. Também nesse mesmo dia abriu ao público a estação da Cidade Universitária, com intervenções artísticas da autoria de Vieira da Silva, e inserida no prolongamento que ligaria Entre Campos ao Campo Grande. Estas novas quatro estações foram as primeiras a ser construídas de raiz com um cais com 105 metros de extensão, tal como todos os futuros nós, e obedeciam também a uma filosofia que levava as intervenções plásticas até ao seu cais. A rede aumentava 3,8 quilómetros.

No ano seguinte ficava concluída a entrega das ML79. No total, dessa série, o ML recebeu mais 56 carruagens, que eram agora numeradas de M-101 a M-156.

Em 1990 foi apresentado o Plano de Expansão da Rede (PER I), que previa os prolongamentos Rossio – Cais do Sodré e Restauradores – Baixa-Chiado. Era também contemplada a desconexão do Y da Rotunda e a extensão ao Rato, bem como o alargamento à Pontinha e a construção do PMO III nesse local.

No ano de 1991, foram apresentados os protótipos da série ML90, numerados de M-201 a M-206. Eram então construídas as duas primeiras unidades triplas do ML, com a configuração motora-reboque-motora, tal como todas as seguintes, o que acrescentava em seis o futuro número de carruagens disponível. Note-se que apenas estas motoras possuem uma porta frontal à cabine de condução.

Em 3 de abril de 1993 abriu ao público a estação Campo Grande, na qual interveio plasticamente Eduardo Nery, juntamente com os troços Alvalade – Campo Grande e Cidade Universitária – Campo Grande. Com este prolongamento a rede do metropolitano cresceu 3,1 quilómetros. Nesse mesmo mês, entraram em exploração as duas unidades triplas ML90. Estas novas composições foram construídas pela Sorefame/Bombardier e já podem circular com ou sem o reboque.

Também em 1993 foi apresentado o PER II, destinado a servir a futura Expo’98. Previa-se que, até 1999, o ML deveria circular nas linhas:

Linha Azul: Pontinha – Terreiro do Paço;

Linha Amarela: Lumiar – Rato;

Linha Verde: Telheiras – Cais do Sodré;

Linha Vermelha: Moscavide – Alameda e Campolide – Estrela com ligação provisória à estação Rato.

O ano seguinte marcou a inauguração do PMO II, após mais de uma década de terraplanagens e construção. No dia 15 de julho de 1995, o sonho da desconexão do Y da Rotunda tornou-se realidade. Assim, o ML passava a explorar duas linhas autónomas: a Linha Azul, entre o Colégio Militar / Luz e o Campo Grande, via Rossio, e a Linha Amarela, entre o Campo Grande e a Rotunda. Nesta intervenção, a antiga estação Rotunda, agora designada por Rotunda I, foi alargada para 105 metros.

Alguns dias mais tarde, abriu também ao público a renovada estação de Sete Rios, agora com um cais já de 105 metros. Em 1996 ficou concluída a entrega das ML90, com a recepção de mais 17 unidades triplas, ou 51 carruagens, numeradas de M-207 a M-257, com cores e materiais ligeiramente diferentes dos utilizados nos protótipos. Também nesse ano, mais concretamente a 23 de julho, o ML foi feito Membro-Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique.[4]

Em 18 de outubro de 1997 foi inaugurado o troço Colégio Militar / Luz – Pontinha, que adicionou à rede 1,6 quilómetros de extensão e duas novas estações: Carnide e Pontinha. Em 29 de dezembro do mesmo ano foi inaugurada a estação Rato. Entretanto, em 1997 foi recebido um novo lote de material circulante, agora denominado ML95, que acrescentou mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, ao parque do ML. Embora exteriormente estas novas carruagens tivessem um aspecto muito semelhante às ML90, no interior foram introduzidas algumas diferenças técnicas, como uma motorização diferente e um controlo eléctrico de abertura e fecho das portas, ao invés do pneumático.

1998 marcou a conclusão de muitos dos projectos do ML. Logo em Março as designações de quatro estações foram alteradas:

Sete Rios → Jardim Zoológico

Palhavã → Praça de Espanha

Rotunda I e II → Marquês de Pombal I e II

Socorro → Martim Moniz

Em 18 de abril de 1998 foi inaugurado o troço Rossio – Cais do Sodré. Com este prolongamento, que trouxe também a ampliação do cais da estação Rossio para 105 metros, a rede cresceu 1,4 quilómetros. Sete dias mais tarde, foi aberta ao público a estação Baixa-Chiado I.

A Linha Vermelha foi inaugurada em 19 de maio de 1998, três dias antes da abertura da Expo’98. O troço detinha uma extensão de cinco quilómetros e incluía sete novas estações: Alameda II, Olaias, Bela Vista, Chelas, Olivais e Cabo Ruivo e Oriente.[nota 3] Juntamente com a inauguração do nó da Alameda II, a estação Alameda I viu também o seu cais ser alargado para 105 metros de comprimento. Em junho de 1998, nesta linha, que contava com um mecanismo automático de condução, circularam pela primeira vez composições de seis carruagens. Todavia, com o final da Expo’98, a Linha Vermelha passou a ser explorada com comboios de três carruagens. De forma a disponibilizar uma oferta que assegurasse o transporte de milhares de turistas à Expo’98 foram nessa época entregues mais 19 unidades triplas, ou 57 carruagens, da série ML95. A nova série era numerada de M-301 a M-414. Com a abertura das estações Cabo Ruivo, em 18 de julho, Baixa-Chiado II, em 8 de agosto, e Olivais, em 7 de novembro, a rede comportava agora 40 estações.

Em 1999 foi inaugurado o PMO III, na Pontinha. Nesse ano entraram em circulação mais 54 carruagens de um novo lote de material circulante, denominado ML97 e composto por 18 unidades triplas articuladas. Esta nova série possibilitava a livre circulação entre carruagens, o que permitia um ligeiro incremento da capacidade de transporte de uma unidade tripla. Segundo o ML, nestas unidades triplas, o reboque pode ser removido, ainda que tal nunca tenha sido presenciado em circulação. O parque do ML ficava, no virar do milénio, com 361 carruagens, 80 ML7, 54 ML79, 57 ML90, 114 ML95 e 54 ML97, o maior número atingido até hoje.

Em 2000 iniciou-se a exploração com composições de seis carruagens na Linha Azul e na Linha Amarela, o que originou o afastamento das ML7, dado que só comportavam quatro carruagens atreladas. Depois de 40 anos ao serviço, as duas primeiras carruagens desta série viriam a ser preservadas e restauradas. A quebra de oferta que se seguiu foi complementada com a entrada em circulação de um novo lote, denominado ML99, composto por 20 unidades triplas, ou seja, por 60 carruagens, numeradas de M-601 a M-660. Face à série anterior, os novos comboios possuem baterias que asseguram a iluminação e ventilação no caso de a corrente falhar e uma melhor insonorização. Entretanto, uma vez que em 2001 se começaram a verificar avarias constantes nas ML79, foi encomendado um segundo lote das ML99, constituído agora por 18 unidades triplas, ou por 54 carruagens, tendo em vista o afastamento das ML79. Assim sendo, em 2002, com a recepção do segundo lote das ML99, numerado de M-661 a M-714, e com a saída de circulação de todas as ML79, o número de carruagens do ML ficou estabilizado nas 339: 57 ML90, 114 ML95, 54 ML97 e 114 ML99. Todavia, uma vez que, ainda nesse ano, uma ML99 galgou uma protecção no PMO II, a sua inutilização fez na verdade cair a disponibilidade do parque de material circulante para 338 carruagens.

A extensão Campo Grande – Telheiras foi inaugurada em 2 de novembro de 2002. A entrada em funcionamento da estação Telheiras ampliou a rede em 600 metros.

Em 27 de março de 2004 foi inaugurado o troço Campo Grande – Odivelas, o que permitiu ao ML ultrapassar, pela primeira vez, as fronteiras de Lisboa. No total, a rede foi aumentada em cinco quilómetros e acrescentaram-se-lhe cinco novas estações: Quinta das Conchas, Lumiar, Ameixoeira, Senhor Roubado e Odivelas.

Quase dois meses mais tarde, em 15 de maio de 2004, foi inaugurado um novo troço, desta vez compreendido entre a Pontinha e a Amadora Este, com duas novas estações: Alfornelos e Amadora Este. A rede do ML cresceu mais 2,1 quilómetros e ficou com, aproximadamente, 38,5 quilómetros de extensão e 48 estações, quatro das quais duplas.

Enquanto em finais de 2004 passou a ser disponibilizado o tempo de espera para o próximo comboio na Linha Vermelha, em junho de 2006 o ML instalou rede telefónica celular em todas as estações. É justo salientar-se que foi um dos metropolitanos pioneiros no mundo nessa matéria. Esse ano ficou ainda marcado pelo alargamento do cais das estações Roma e Alvalade para 105 metros de comprimento.

Em 19 de dezembro de 2007 foram acrescentados 2,2 quilómetros à Linha Azul. O empreendimento Baixa-Chiado – Santa Apolónia permitiu a criação de mais duas estações: Terreiro do Paço e Santa Apolónia.

Mais tarde, em 29 de agosto de 2009 foi inaugurado o troço Alameda – São Sebastião, com duas novas estações: Saldanha II e São Sebastião II. Desta forma, a rede do ML aumentou 2,2 quilómetros e a Linha Vermelha passou a cruzar todas as restantes linhas. Por essa ocasião, passaram a circular nessa linha definitivamente comboios de seis carruagens e foi também desactivado o sistema de condução automático.


Primeiras carruagens a chegar a Lisboa
Restauradores

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Published in 26/05/2020

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