Discussões sobre entrega domiciliar e pagamento adiantado do porte
Embora o pagamento adiantado de porte para a totalidade das cartas só vá se tornar uma realidade no Brasil e no mundo após 1840, esta questão já era levantada por alguns políticos ainda em períodos anteriores.
Isso porque esta forma de pagamento já era adotada em pequenas escalas, em alguns casos. Exemplo disso eram os correios urbanos de Londres que, desde o século XVII, contavam com entrega domiciliar e pagamento feito pelo remetente. Contudo, deve-se lembrar que tal solução estava restrita às cartas entregues no perímetro urbano Londrino, não se estendendo à correspondência para outras cidades ou outros países, na qual o porte era, na maioria das vezes, pago pelo remetente.
Tendo esses casos em vista, os parlamentares brasileiros dos anos 1830 discutiram tanto a instituição de correios urbanos quanto a entrega domiciliar. Em sessão de 17 de maio de 1831, o deputado da Bahia Lino Coutinho sugere que o porte das cartas seja pago pelo remetente. Muitos deputados, contudo, eram contra a medida, por considerar que os direitos do cidadão seriam feridos ao se pagar por um serviço que ainda não havia sido efetuado (no caso, a entrega da carta). (CASTRO, 2021, p.119).
Referências:
CASTRO, Pérola Maria Goldfeder Borges de. "Em torno do trono: a economia política das comunicações postais no Brasil do século XIX (1829-1865). Tese (doutorado). Universidade de São Paulo, 2021.
Imagem:
Lino Coutinho. Museu Paulista da USP. Coleção Fundo Museu Paulista - FMP

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