Escola Politécnica de São Paulo
A Escola Politécnica foi fundada pelas leis estaduais nº 26 e nº 64, em 1893, antecedendo em 40 anos a criação da Universidade de São Paulo. Os cursos de Engenharia Industrial, Engenharia Agrícola e Engenharia Civil, e o Curso Anexo de Artes Mecânicas foram os primeiros a serem concebidos. A Escola compunha um conjunto de ações visionárias governamentais e de empreendedores paulistas para criar e estabelecer uma indústria forte do Estado de São Paulo, de modo a propiciar crescimento econômico não somente baseado na agricultura.
Francisco de Paula Souza, fundador da Politécnica e seu primeiro Diretor, organizou a Escola tendo como modelo as escolas germânicas “Technische Hochschule”, os institutos de tecnologia, que combinavam o conhecimento matemático e científico com a tecnologia e a inovação.
Coube à Politécnica colaborar com o surgimento da indústria nacional, atuando ativamente no processo de desenvolvimento tecnológico nacional, formando professores e engenheiros para a indústria que começava a se implantar e participando do crescimento da cidade de São Paulo.
No âmbito da Politécnica, começaram a funcionar, em São Paulo, os primeiros cursos de Astronomia – que deram origem ao Instituto de Astrofísica e Geofísica –, de Arquitetura e Urbanismo, de Belas Artes, de Física, de Química e até Zootecnia, que posteriormente se transformaram em unidades autônomas. Desde sua fundação, a Poli foi celeiro de alunos e professores ilustres.
Nessa época, um grupo de líderes empreendedores de São Paulo iniciou um processo de renovação da região, que incluiu desde reformas urbanas a um intenso trabalho para adequar o Estado e sua capital ao novo modelo de sociedade industrial que ganhava corpo em todo o mundo. Os engenheiros tiveram um papel decisivo nesse processo, elaborando projetos e construindo a infraestrutura necessária, tais como a construção de grandes edifícios, ferrovias, reservatórios de água para abastecimento da população, hidrelétricas para geração de energia, e concebeu projetos arrojados como a inversão do curso do Rio Pinheiros, para colaborar com a geração de energia para o novo parque industrial.
Com o sucesso das ações empreendidas para promover o crescimento da atividade industrial, aumentou ainda mais a importância da participação dos engenheiros no processo de modernização, provocando a transformação progressiva da cidade modesta do final do Século XIX para a metrópole que se tornou ao longo do século passado.
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