Corpo e Performance - Ênfase ao programa principal.
ÊNFASE AO PROGRAMA PRINCIPAL DO EIXO CORPO E PERFORMANCE NO ACERVO VIDEOBRASIL.
No programa principal exibido no eixo curatorial Corpo e Performance no acervo do Vídeobrasil realizado na Galeria Homero Massena, temos as seleção de trabalhos de performance e vídeo-performance que traçam uma historiografia do uso do corpo no vídeo na arte brasileira.
Na performance da Melati Suryodarmo, Exergie - Butter Dance (2005), a artista se concentra no ato de se equilibrar, enquanto dança de salto alto sobre manteiga, se na iminência de escorregões e quedas. Criando uma ação metafórica sobre o corpo físico como espelho dos universos interiores que move a performer.
Já em Politik (2001), o artista argentino Marcello Mercado, protagoniza uma performance fortemente politizada, em que o artista utiliza o seu próprio corpo para recriar uma série de movimentos que rementem da flagelo imposto pelo outro de forma violenta, ao mesmo tempo em que são projetadas fortes cenas de tortura, de necropsia e relatos de desaparecimentos. Numa referência política ao período ditatorial na Argentina. Um forte apelo a discussão que remetem a manipulação, vigilância e violência do corpo.
Em Bare Life Study #1(2005), da artista Coco Fusco, são recriadas cenas de abusos ocorridos na prisão de Abu Ghraib, nas prisões secretas de Bagram no Afeganistão e na Base Naval de Guantánamo em Cuba, por parte do exército Norte-americano, e que chegam a conhecimento do público a partir de fotos. Na performance jovens uniformizadas com macacões laranja, remetendo aos utilizadas por presidiários, são submetidas a acatar sem hesitar a voz de sua comandante, que de forma inerte, limpam com escovas de dentes as ruas de São Paulo. Nesta ação é colocada em evidência o uso da feminilidade como arma de controle e humilhação.
Em Futebol (2005), performance do coletivo Frente 3 de Fevereiro enfatiza o episódio de racismo que envolveu o jogador de futebol brasileiro Grafite e o argentino Leandro Desábato. Nesta ação se mescla a performance com a intervenção urbana. Imagens referentes ao caso bastante televisionado pela mídia, se mesclam a imagens históricas, e referenciais sobre o racismo, em projeção sobre os artistas do coletivo que estão performando no palco. O coletivo é formado por Daniel Lima, Achiles Luciano, André Montenegro, Cibele Lucena, Eugênio Lima, Felipe Teixeira, Fernando Coster, Fernando Sato, Julio Dojcsar, Maia Gongora, Maurinete Lima, Maysa Lepique, Nô Cavalcanti, Pedro Guimarães, Sônia Montenegro, Roberta Estrela D’Alva e João Nascimento.
Chegando o programa principal da exposição REVIRAVOLTA na Galeria Homero Massena, a performance O Samba do Crioulo Doido (2004), do artista e bailarino Luiz de Abreu, traz de forma latente a discriminação racial e a incidência no corpo negro. A partir dos elementos associados ao negro brasileiro - samba, Carnaval, erotismo - e de referências à Pátria branca, o artista cria imagens que falam de racismo, de transgressão como forma de resistência e da importância do corpo na construção da identidade. Se valendo da ironia e do deboche, quer devolver ao corpo-objeto o sujeito roubado, com sentimentos, crenças e singularidades.
Assista o vídeo mediação.
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