Reforma Francisco campos
Esta reforma estabelecia que o ensino superior deveria ser ministrado na universidade, a partir da criação de uma faculdade de Educação, Ciências e Letras. No que diz respeito à organização do sistema, a reforma previa duas modalidades de ensino superior: o sistema universitário (oficial, mantido pelo governo federal ou estadual, ou livre, mantido por particulares) e o instituto isolado. A administração central da universidade caberia ao conselho universitário e ao reitor, que passava a ser escolhido a partir de uma lista tríplice, medida que vigora até hoje. A reforma estabelecia também como deveria ser composto o corpo docente (catedráticos e auxiliares de ensino, submetidos a concursos, títulos e provas) e dispunha ainda sobre questões como ensino pago, diretório de estudantes etc.
Apesar de todas essas disposições, a Reforma Francisco Campos fez pouco para colocar em prática o ideal de universidade que havia mobilizado intelectuais e educadores dos anos 20, ainda que não tivesse se limitado a conservar o ensino superior nos moldes tradicionais. O cerne da reforma, a nova Faculdade de Ciências, tinha como principal objetivo a formação de professores para o ensino secundário e apesar dessa missão não ser incompatível com a produção do conhecimento e com a prática da pesquisa, acabou tendo maior prioridade . Com isso, a universidade idealizada nos anos 20, além de não ter encontrado sua expressão legítima na Reforma Francisco Campos, tampouco refletiu-se na política do governo Vargas ao longo de toda a década de 30. Este período assistiria à criação de dois projetos universitários que teriam continuidade, o da Universidade de São Paulo e o da Universidade do Brasil, e o projeto frustrado da Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro.
Disponível em: https://nupps.usp.br/downloads/docs/dt9108.pdf
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