“O samba do crioulo doido”
A discriminação racial e sua incidência no corpo negro é o centro da peça performática do bailarino Luiz de Abreu. A partir de elementos indefectivelmente associados ao negro brasileiro – samba, Carnaval, erotismo –, e de referências à Pátria branca, o artista cria imagens que falam de racismo, de transgressão como forma de resistência e da importância do corpo na construção da identidade. Pela força da performance, e valendo-se da ironia e do deboche, quer devolver ao corpo-objeto o sujeito roubado, com sentimentos, crenças e singularidades. A obra foi apresentada e premiada no 18º Festival em 2013.
Veja aqui Luiz de Abreu a falar sobre o percurso da sua obra, durante a 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil em 2019.
Luiz de Abreu (Araguari-MG, 1963)
Bailarino e performer, travou seu primeiro contato com a dança nos terreiros de Umbanda. Formado em dança na Faculdade Angel Vianna, no Rio de Janeiro e com mestrado pela Universidade Federal de Uberlândia, trabalhou em diferentes companhias de Belo Horizonte e, em meados dos anos 1990, iniciou carreira solo em São Paulo. Seu trabalho investiga os estereótipos relacionados ao corpo negro. Já se apresentou em países como Alemanha, França, Portugal, Croácia, Cuba, Espanha, Inglaterra, Mali e em diferentes festivais de dança contemporânea do Brasil. Participou da Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2009), e mostrou o solo Travesti na mostra Sesc de Dança, São Paulo (2001). Sua peça O samba do crioulo doido integra o acervo de videodança do Centre Georges Pompidou, em Paris.
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