1384
By João Mareco 
Em finais de Dezembro de 1383, D. João, Mestre de Avis, conquista o Castelo de São Jorge em Lisboa. Começava assim a campanha militar de 1384. Estando Nuno Álvares Pereira, nomeado pelo Mestre de Avis, como Fronteiro-Mor da comarca de Entre Tejo e Guadiana, caberia a este, a defesa de uma região já amplamente fustigada por diversos ataques castelhanos, que ameaçavam e pilhavam as povoações, cercavam os partidários da causa do Mestre de Avis, partindo de castelos apoiantes de D. Juan I, como era o caso de Monforte, Arronches, Alegrete ou Vila Viçosa, ou mesmo de terras de Castela, onde grandes exércitos, já muito experimentados, aguardavam pelo momento mais propício para uma invasão.
Neste ano de 1384, foram várias as incursões de Castela pelo território nacional, fazendo da vila de Santarém o seu “quartel-general”, a outra parte do exército castelhano na região do Alentejo e a frota a cercar e bloquear o porto de Lisboa. Esta exposição tem como objectivo o de mostrar todo o percurso feito por Nuno Álvares Pereira à frente dos seus companheiros de armas, de forma cronológica e geográfica, dos momentos mais importantes da Campanha de 1384.

Dezembro
de 1383
Tomada do Castelo de São Jorge
Estando o Castelo de São Jorge cercado, os partidários da Rainha Leonor Teles resistiam a entregar o castelo ao Mestre de Avis. Face ao impasse, reunidos em conselho, autorizam Nuno Álvares Pereira a ter conversações com os sitiados Martim Afonso Valente e Afonso Eanes das Leis, que definiram um prazo de 2 dias para responder. Após esse tempo e por indicação da Rainha, que não quis defender a cidade, o Castelo é entregue aos sitiantes.
Mestre de Avis envia para Inglaterra como embaixadores Lourenço Martins e Thomas Daniel (mercador de Bristol).

Janeiro e fevereiro
de 1384
Lisboa > Alenquer > Lisboa (100 km)
Tentativa por Alenquer

Após a conquista do Castelo de Lisboa, havia que garantir que as praças-fortes da região, ainda na posse dos partidários da Rainha Leonor Teles, ficassem do lado do Mestre, pelo que este se desloca com Nuno Álvares e parte do seu exército (cerca de 200 a 300 lanças), para a Vila de Alenquer. Chegados a Alenquer deparam-se com forte resistência, havendo diversos combates com as gentes da vila comandados por Vasco Pires de Camões. Todavia nessa mesma noite chegam notícias de que o Rei de Castela já se encontrava em Santarém, pelo que decidem regressar a Lisboa no dia seguinte.

Rei D. Juan I e Castela e D. Beatriz entram em Santarém, forçando a Rainha Regente Leonor Teles a abdicar em favor do genro e da filha. Leonor Teles é enviada para o exílio no Mosteiro de Tordesilhas em Castela.

Fevereiro
de 1384
Lisboa> Sintra > Lisboa (60km)
Em busca de provisões

Estando a resistência do Mestre confinada a Lisboa, com dificuldades em ser abastecida de víveres, decide enviar Nuno Álvares Pereira numa incursão à região de Sintra para obter mantimentos. Assim, Nuno Álvares sai de Lisboa em direcção a Sintra, com cerca de 300 lanças, a maioria das quais montadas, em cavalos, mulas e burros. A Vila de Sintra era guarnecida pelo Conde Henrique Manuel de Vilhena (partidário de Castela), que se recusa a combater os invasores dos seus domínios. Entretanto chega a notícia que homens de Castela, o Mestre de Santiago, Pedro de Velhasco e Pedro Sarmiento decidem ir ao encalço de Nuno Alvares, pelo que este decide aguardar para os combater, o que não chega a acontecer. Assim Nuno Alvares, consegue facilmente regressar a Lisboa com algumas provisões desejadas.

Março
de 1384
Almada > Lisboa > CASTELHANOS
ENTRAM NO ALENTEJO (20km)
Diplomacia por Almada
e conquista do Castelo 
O Castelo de Almada era um importante ponto de controlo do porto de Lisboa e quem o controlasse, controlaria também a entrada e saída das galés que abastecia de tropas e víveres a cidade de Lisboa. Assim, estando este castelo nas mãos dos partidários de Castela, o Mestre decide ir a Almada para ter conversações com o Conde D. Álvaro Pires de modo a convencê-lo a juntar-se à sua causa. As conversações correm da pior maneira, chegando-se a um impasse, pelo que o Mestre decide regressar a Lisboa, deixando Nuno Álvares com 40 lanças para cercar a porta do castelo. Tal gesto muito admirou as gentes de Almada, que se convenceram a entregar a vila. Pouco tempo depois chegam notícias da entrada dos Castelhanos pelo Alentejo. Começava assim a invasão.

Março
de 1384
Lisboa > Almada
Combate naval no Tejo

Após a notícia da entrada de Castelhanos pelo Alentejo, o Mestre de Avis, decide enviar Nuno Álvares Pereira para aquela comarca a fim de travar a hoste invasora. Entretanto chegam ao Tejo oito grandes navios de Castela.

O Mestre decide armar alguns navios para combater a pequena armada Castelhana. Ao saber deste feito, Nuno Álvares que ainda estava em Almada, decide embarcar e juntar-se aos combatentes, com alguma dificuldade pois não encontra uma barca que o levasse até aos navios do Mestre. Mesmo assim, consegue embarcar no navio onde seguia Pedro Eanes Lobato e Rodrigo Álvares de Baldrez e estes tomam os navios de Castela.

Após a vitória, Nuno Álvares regressa a Almada para junto dos seus homens.

Março
de 1384
Almada> Reunião em Coina com Mestre de Avis e homens bons > Setúbal> Tentativa de combate
a Pedro Sarmento (sem resultado) > Montemor o Novo> Évora (140km)
A caminho de Entre
Tejo e Guadiana
Após o combate naval no Tejo, a hoste de Nuno Álvares segue em direcção a Setúbal, que ainda não havia decidido que partido tomar, se a causa do Mestre ou o partido de Castela, pelo que decidem não abrir os portões da vila. Assim Nuno Álvares Pereira decide acampar nos arredores da cidade com os seus homens. Entretanto chegam mais notícias do envio de fidalgos de Castela para a região, a partir de Santarém. Novamente Pêro Sarmiento, desloca-se com 300 lanças para Palmela, pelo que nessa noite Nuno Álvares decide esperar para o combater, mandando tocar a trombetas. No dia seguinte não encontram a hoste castelhana, e decidem seguir viagem a caminho de Montemor-o-Novo, que estavam a favor da causa do Mestre. Parte no dia seguinte para Évora.

Abril
de 1384
> Estremoz (45km)
Évora (tentativa de arregimentar novos soldados na comarca de Évora
Em Évora, Nuno Álvares Pereira tenta arregimentar mais homens para o seu exército, sem grande sucesso, pois há notícias de que a hoste castelhana é muito bem armada e suscita alguns receios por parte das populações das vilas e cidades da região, que se recusam a ajudar. São os casos de Elvas e Beja, praças-fortes com alguma importância na região. Com cerca de 1000 homens a pé, cerca de 40 besteiros e 250 cavaleiros, desloca-se então para Estremoz, onde espera vir encontrar o exército inimigo estacionado no Crato.
D. João, Mestre de Avis outorga privilégios a Lisboa, de modo a obter apoio no esforço de guerra por parte desta cidade.

Abril
de 1384
Estremoz > Fronteira > Atoleiros - 30km
Batalha dos Atoleiros

Nesta Batalha, Nuno Álvares mandou apear todos os seus homens e formou o exército português num quadrado com duas alas. Conseguiu dessa forma resistire vencer os sucessivos ataques da cavalaria castelhana.

Abril
de 1384
Fronteira > Assumar > Alegrete>
Arronches> Évora (162km)
O cerco de Monforte e Tomada do Castelo de Arronches
Após a vitória de Nuno Álvares Pereira, os castelhanos fogem em direcção a Castela, procurando refugiar-se nos castelos mais próximos como é o caso dos homens do Mestre de Avis Martim Eanes de Barbudo que se refugiam em Monforte.
Nuno Alvares persegue-os e tenta cercar o castelo. Todavia os sitiados não se entregam recusando a abrir as portas do Castelo.
Nuno Alvares persegue-os e tenta cercar o castelo. Todavia os sitiados não se entregam recusando a abrir as portas do Castelo.

Tem notícia também que se prepara uma armada vinda do Porto para combater a frota de Castela e escreve ao Conde D. Gonçalo e Rui Pereira, dizendo que pretende embarcar também. A carta é ignorada e Nuno Álvares não sabendo de resposta resolve ir em direcção ao Porto, passando por Tomar, onde convive com o Mestre de Cristo.

No dia seguinte segue para Coimbra, domínios do Conde D. Henrique, que estava por Castela, onde por pouco escapa à prisão após breve combate no Paço da Condessa.

Junho
de 1384
Coimbra> Buarcos > Coimbra> Tomar> Torres Novas>Tomar (211 km)
A Frota do Porto 2

Sabendo da partida da frota do Porto em direcção a Lisboa, Nuno Álvares Pereira tenta fazer com que os capitães esperem por ele, em Buarcos, com nova missiva enviada, sem sucesso. Regressa a Coimbra onde pede dinheiro para regressar à comarca de Entre Tejo e Guadiana, face aos poucos mantimentos que o seu exército tem. As ajudas são poucas e assim, desloca-se a Tomar e daí para Torres Novas onde tem conversações com Gonçalo Vaz de Azevedo, alcaide, do partido de Castela, mas que torcia pelo partido do Mestre no seu íntimo. Não conseguindo convencer o alcaide, seu amigo, regressa a Tomar.

Junho
de 1384
Coimbra> Buarcos > Coimbra> Tomar> Torres Novas>Tomar (211 km)
Combate na Ribeira
de Alperrejão
A caminho da Comarca de Entre Tejo e Guadiana, resolve passar o Tejo em Punhete (actual Constância). Aí Nuno Álvares tem conhecimento que uma hoste castelhana com cerca de 100 homens se dirige do Crato para Santarém, para reforçar a hoste de D. Juan I. Decide nesse caminho, onde cruzava com a pequena ribeira de Alperrejão, fazer uma emboscada aos castelhanos. A hoste castelhana era composta por almogávares da Andaluzia (milícia de mercenários utilizada contra os mouros no sul da península) que apesar de bem armados, foram derrotados pela hoste de Nuno Álvares, muito à custa do factor surpresa. Dos 100 homens castelhanos resultaram, entre mortos e feridos, cerca de 86. Depois de mais esta vitória seguiu caminho para Évora.

Julho
de 1384
Évora>Monsaraz>Évora (homens de NAP e não NAP em si mesmo!) (120 Km)
Tomada do Castelo
de Monsaraz
Estando estacionado em Évora, chegam notícias que Gonçalo Rodrigues de Sousa tinha tomado o Castelo de Monsaraz para o partido de Castela. Ajudado por alguns homens da vila, Nuno Álvares engendra um plano para conseguir entrar no castelo, lançando 5 ou 6 vacas para o fosso do castelo, de modo a atrair o alcaide a resgatar os animais e assim descurar a defesa das portas. Tal como previsto, os homens de Nuno Álvares conseguiram entrar no castelo e resgatá-lo para a causa do Mestre.

Julho
de 1384
Évora > Elvas> Guadiana/ Badajoz> Elvas (121 Km)
Combate junto ao Guadiana

Sedento de vingança por ter sido derrotado numa das investidas em Portugal, João de Castanheda, resolve reunir em Badajoz um grande exército com 300 lanças, cavaleiros e escudeiros. Tal notícia fez Nuno Álvares deslocar-se de imediato de Évora para Elvas para combater a hoste estacionada em Badajoz.

Nuno Álvares reúne as suas tropas e parte para Badajoz pronto a defrontar o inimigo. Junto ao Guadiana dá-se o combate resultando na prisão de 20 escudeiros e a fuga dos restantes (incluindo João de Castanheda) para o interior do Castelo de Badajoz, não arriscando nova investida. Regresso a Elvas.

Agosto
de 1384
Elvas>Cano>Avis (ponto depois de Avis em direcção
a Ponte de Sor) >Cano> direcção Évora (171 Km)
Movimento para Ponte de Sôr

Nuno Álvares Pereira recebe ordens do Mestre para ir para Ponte de Sôr ao encontro de uma hoste inimiga comandada pelo seu irmão o Pior do Crato e por Pêro Sarmiento. Após levantar o acampamento no Cano, passa por Avis em direcção a Ponte de Sôr, onde recebe indicação de que a hoste castelhana já ali não se encontrava, fazendo com que regressassem ao Cano e daí novamente para Évora.

Nuno Álvares Pereira recebe ordens do Mestre para ir para Ponte de Sôr ao encontro de uma hoste inimiga comandada pelo seu irmão o Pior do Crato e por Pêro Sarmiento. Após levantar o acampamento no Cano, passa por Avis em direcção a Ponte de Sôr, onde recebe indicação de que a hoste castelhana já ali não se encontrava, fazendo com que regressassem ao Cano e daí novamente para Évora.

Agosto
de 1384
Évora> Divor (herdade da Oliveira próximo de Valeira)>Évora (38 Km)
O Cerco ao Fronteiro-Mor

Estando em Évora, recebe diversas mensagens do Mestre, alertando para o facto de cerca de 600 lanças terem saído do acampamento de D. Juan de Castela, para engrossarem o exército castelhano estacionado no Crato, sendo estes chefiados por “antigos inimigos” do Fronteiro-Mor, tais como, Pêro Sarmento (o enviado sobre Palmela em março), o Prior do Crato (seu irmão), João Rodrigues de Castanheda (do combate junto ao Guadiana em julho), o Conde de Nebra, o Mestre de Alcântara, e um outro Mestre de Avis, Martim Eanes de Barbudo (que se refugiou no Castelo de Monforte em abril), prefazendo cerca de 2500 lanças (cerca de 10000 homens!)
O Mestre de Avis envia reforços financeiros para fazer frente a tão poderoso inimigo.

Os castelhanos estão entre Arraiolos, Vimieiro e Évoramonte. Nuno Álvares sai de Évora com o seu exército e acampa junto á ribeira do Divor, querendo muito combater o inimigo, mas estes movimentam-se diversas vezes, evitando o confronto aberto e enviando emissários de modo a convencer novamente Nuno Álvares a passar para o lado castelhano. Este recusa tais propostas e o confronto não se chega verificar. Assim os castelhanos deslocam-se em direcção a Viana (do Alentejo), não sem antes terem feito vários mortos e prisioneiros entre os portugueses. Restavam poucos homens ao lado de Nuno Álvares e mesmo alguns dos capitães, fatigados, começam a regressar em direcção a Santarém e Almada. De regresso a Évora, fica a saber que os castelhanos ocupam o Castelo de Arraiolos.

Agosto
de 1384
Évora>Palmela (cerco e conquistado Castelo) >
Aldeia Galega (montijo)> Palmela (130 Km)
Novas Ordens

Estando em Évora recebe ordens do Mestre para ir ter com ele a Aldeia Galega (actual Montijo). Nuno Álvares parte de Évora em direcção a Palmela para ir ao encontro do Mestre de Avis. Cerca o castelo de Palmela e toma-o para a causa do Mestre. Por diversas vezes segue até à Aldeia Galega para ir ter com o Mestre, mas sem sucesso. Impossibilitado de chegar a Lisboa começa a comunicar a partir da zona do Castelo de Palmela com o Castelo de São Jorge onde permanece o Mestre de Avis através de fogueiras fazendo sinais de luzes, a “almenara”, uma tradição já utilizada pelos mouros para comunicar entre os dois castelos.

Agosto
de 1384
Palmela>Sobreda>Almada> Palmela (65 Km)
Combate e Reconquista
de Almada
Sabendo a tomada do Castelo de Almada pelos castelhanos, Nuno Álvares decide encaminhar-se para a região de modo a desafiar novamente Pêro Sarmento. Chegando próximo do lugar da Sobreda, combate com uma pequena força inimiga que sabe da sua vinda. A progressão no terreno foi feita passo a passo, combate corpo a corpo, obrigando a guarnição do castelo a recolher-se no seu interior. Consegue então colocar em fuga muitos castelhanos (entre os quais João Rodrigues Castanheda) pilhando de seguida a vila e hasteando a sua bandeira junto ao castelo de Almada, levando o Rei de Castela a questionar se Almada estaria a seu favor. Da margem sul do Rio Tejo, Nuno Álvares Pereira e os seus homens são avistados pelo Rei de Castela.

Outubro
de 1384
Palmela>Lisboa>Palmela>Setúbal>Évora (156 Km)
O fim do Cerco de Lisboa

A peste põe fim ao cerco de Lisboa, fazendo com que o Rei de Castela incendiasse o seu arraial. Estando Nuno Álvares de regresso a Palmela, recebe novas ordens para se encontrar com o Mestre na Aldeia Galega. Não comparecendo o Mestre, Nuno Álvares resolve embarcar em batéis, atravessando a frota Castelhana ainda fundeada no Tejo, diante de Lisboa, e estando no meio dos navios mandou soar a trombeta para combate, o que pôs em alvoroço os castelhanos, conseguindo assim chegar a Lisboa são e salvo. Tem reunião com o Metre de Avis e regressa a Évora.
Fidalgos e cidadãos renovam menagem ao Mestre de Avis. Mais privilégios outorgados a Lisboa. A frota castelhana parte para Castela. O mestre de Avis decide cercar o Castelo de Torres Novas. Almada entrega-se ao Mestre de Avis.

Novembro de 1384
Évora> Portel> Évora (92 Km)
Tomada do Castelo
de Portel
Convencido por alguns homens de Portel, Nuno Álvares desloca-se aquela praça e toma o castelo depois de prometer passagem livre dos sitiados para Castela. A tomada deste castelo é de importância estratégica para a defesa do Alentejo e faz-se com o apoio alargado da população.

Dezembro de 1384
Évora> Elvas> Vila Viçosa> Borba> Estremoz (164 Km)
A conspiração contra o Mestre

Em Évora, Nuno Álvares sabe que conspiram contra o Mestre em Elvas. A caminho daquela praça passa por Vila Viçosa (que está do lado de Castela). Uma vez chegado a Elvas é convencido a planear a tomada de Vila Viçosa.

Assim tenta tomar o castelo de Vila Viçosa sem sucesso, num combate onde perde o seu irmão Fernão Pereira. Vendo-se impossibilitado de conquistar a praça, segue para Borba, vila que estava do lado do Mestre de Avis e daí para Estremoz.
Alenquer rende-se ao Mestre de Avis.

Dezembro de 1384
Estremoz>Vila Viçosa> Estremoz>Évora (98 Km)
Insistência por Vila Viçosa

Em Estremoz, a hoste de Nuno Álvares parte para Vila Viçosa para nova tentativa de conquistar o castelo para a causa do Mestre. Decorre o cerco e combates entre a vila e o arraial, novamente sem sucesso, regressando a Estremoz mais uma vez. Estando ali estacionado consegue ainda resgatar Álvaro Coitado, que seguia aprisionado para Olivença e que tinha sido aprisionado aquando da morte de seu irmão Fernão Pereira na tentativa de tomada da vila,. Depois destes combates regressa a Évora.
O fim da Campanha
Militar de 1384
O ano de 1384 foi para Nuno Álvares Pereira, como um tirocínio para o que virá no ano seguinte. Percorreu grande parte do Alentejo, seguindo mesmo até à Beira Litoral, conquistou castelos e praças-fortes, também perdeu outros, mas acima de tudo obteve grande apoio popular na região onde era Fronteiro-Mor, principalmente da arraia-miúda e dos mesteres e artesãos da região. Com o seu ímpeto guerreiro, também criou inimizades quer entre os homens de Castela, mas também entre alguns partidários da causa do Mestre de Avis, como se viu no episódio da Frota do Porto. A sua áurea de invencibilidade estava a ser construída, passo a passo. O ano de 1385 adivinha-se difícil, pois D. Juan de Castela e o seu exército, bem como os seus aliados, não deixariam de continuar com o seu objectivo de conquistar o Reino de Portugal.

Perguntas Frequentes
F1. Em que se constituía a composição de uma lança (unidade militar)?
A lança constituía uma unidade militar da cavalaria medieval, formando um grupo construído à volta de um cavaleiro chefe de fila e composto por quatro a dez guerreiros a cavalo e a pé. Além do chefe de fila, a lança incluía normalmente escudeiros, pagens, besteiros, arqueiros e cutileiros.
Assim, no caso português, uma hoste de 100 lanças, seria composta por entre 400 a 600 homens. No exército castelhano, a proporção seria substancialmente maior.
F2. Como eram as barcas e navios do séc. XIV que bloquearam o Tejo, no cerco a Lisboa?
Apesar de não haver registos ou desenhos de como eram os navios do séc. XIV, podemos fazer uma correlação entre os navios de um período posterior do séc. XV, com aqueles que durante diversos séculos foram utilizados na navegação do Mediterrâneo. Não havendo propriamente um navio ou nave de guerra, aqueles utilizados no cerco de Lisboa seriam navios mercantes aparelhados com estruturas defensivas, e de comando chamados de castelos (castelo de popa, ou castelo de proa), e eventualmente apetrechados com peças de artilharia portátil muito rudimentar. A mastreação era de vela redonda ou vela latina, com 1 a 2 mastros.
Os navios do séc. XIV, resultavam de diferentes influências vindas quer do norte da Europa, como as cogas ou cocas de pano redondo (perpendicular ao eixo do navio) e pontal (bordo) alto ou as Galés do mediterrâneo de vela latina (ao longo do eixo do navio) e pontal mais baixo e que ainda poderiam ser movidas a remos. Um bom exemplo dessa mistura de influências com velas bastardas (apoiadas em grandes vergas) diversas é o dow, utilizado no norte de África, muito próximo daquilo que seria o futuro desenho de uma caravela do séc XV, ágil de manobrar, mas igualmente resistente para aguentar o mar do Atlântico.
F3. Que caminhos usou o exército português? Que Rede viária nacional?
No séc. XIV, o traçado das vias utilizadas seriam, para além dos antigos caminhos romanos, vias construídas já como estradas reais. A rede viária de traçado rudimentar procurava ligar as principais urbes, de modo radial, com os caminhos principais a dirigirem-se para outros núcleos populacionais, partindo de “portas”, como por exemplo, no caso de Évora, as portas de Moura, no início da estrada que ligava estas duas vilas. Hoje em dia, não diferem muito dos actuais traçados das estradas nacionais, exceptuando contudo os trajectos com grandes viadutos, ou tunéis, impossíveis de construir à época e claro, as actuais auto-estradas.
F4. Quantos km poderia um exército deslocar-se por dia?
A velocidade de marcha, dependia sempre da urgência com que a hoste se deslocava, mas em situação normal, uma coluna de marcha, composta cavalaria e infantaria, trem de apoio, deveria fazer etapas diárias de cerca de 20 a 35 Km, dependendo do tipo de terreno. No caso de um exército unicamente composto por cavalaria, este poderia atingir cerca de 47 Km diários ou mais.
F5. Quantos Km percorreu o exército de NAP na Campanha de 1384?
Estima-se que os homens comandados por Nuno Álvares Pereira, tenham percorrido cerca de 2300 Km só no ano de 1384, num total aproximado de 116 dias de marcha! (dados a confirmar)

Estrutura Museográfica

Começa o Cerco de Lisboa em 29 de maio. Estacionado em Évora, Nuno Álvares recebe a notícia do bloqueio de Lisboa pela grande frota Castelhana que está no Tejo.

A estrutura será composta por uma grande parede com leitura nas duas faces, capaz de comportar na íntegra parte do mapa de Portugal, centrado na zona entre Lisboa (costa) e a fronteira com Espanha, de modo a colocar os 22 “pontos-chave” da campanha militar de 1384, numa das faces, e na outra o enquadramento histórico da Campanha, Caixas de texto, imagens gráficas, e perguntas frequentes.
Pretende-se complementar a informação descrita em cada um dos pontos-chave com fontes iconográficas (fotografias, desenhos, imagens)

Simulações 3D do local a implantar a estrutura expositiva.

Ainda decide ir em romaria a Santa Maria de Assumar, onde limpa a igreja dos estercos dos cavalos castelhanos, para agradecer pela vitória dos portugueses e, daí, decide ir para Alegrete e daí para Arronches onde toma o castelo sem resistência. Regressa a Évora.

Junho
de 1384
Évora > Montemor o Novo > Tomar > Coimbra (244 km) A
Frota do Porto 1 
Summary
Author: wherlom-almeida-81690
Published at: 2/8/2021
- 1384
- Dezembro de 138301
- Janeiro e fevereiro de 138402
- Fevereiro de 138403
- Março de 138404
- Março de 138405
- Março de 138406
- Abril de 138407
- Abril de 138408
- Abril de 138409
- Junho de 138410
- Junho de 138411
- Julho de 138412
- Julho de 138413
- Agosto de 138414
- Agosto de 138415
- Agosto de 138416
- Agosto de 138417
- Outubro de 138418
- Novembro de 138419
- Dezembro de 138420
- Dezembro de 138421
- Perguntas Frequentes22
- Estrutura Museográfica23
- Junho de 138424
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Published at: 2/8/2021
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1384
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